Revista Economistas: nova edição tem foco em sustentabilidade e desenvolvimento
Com a COP30 se aproximando, o debate sobre sustentabilidade ganha ainda mais relevância. Economistas analisam desafios ambientais e caminhos possíveis para um novo modelo de desenvolvimento
A sustentabilidade deixou de ser uma pauta do futuro para se tornar uma necessidade urgente. O avanço das mudanças climáticas, o esgotamento dos recursos naturais e o aprofundamento das desigualdades socioeconômicas desafiam a ciência econômica a repensar seus modelos e a incorporar novas formas de compreender o desenvolvimento.
Pensando nisso, na edição nº 56 da revista Economistas, o leitor tem a oportunidade de explorar diversas facetas deste tema. Os artigos abordam temas que conectam o meio ambiente, a economia e a sociedade: realidades regionais, impactos econômicos dos desastres ambientais, refugiados climáticos, neoindustrialização e o papel estratégico dos economistas na construção de modelos sustentáveis e alinhados às diretrizes ESG. Uma leitura importante para quem deseja entender por que a sustentabilidade é, cada vez mais, um eixo central das transformações em curso na economia.
A revista pode ser acessada clicando AQUI ou pelo visualizador abaixo:
Revista Economistas – Junho 2025Artigos da edição 56
A Amazônia no centro da crise climática global – Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém, o economista Eduardo José Monteiro da Costa aponta que a região amazônica precisa deixar de ser vista como território de intervenção e passar a ser reconhecida como sujeito de transformação. O texto traz um panorama que conecta sustentabilidade, soberania nacional e justiça climática, defendendo um pacto amazônico que valorize os povos da floresta, suas práticas produtivas e seus saberes.
Uma estratégia nacional para o desenvolvimento sustentável – O artigo propõe um olhar estruturado para alinhar desenvolvimento econômico e preservação ambiental no Brasil. Os autores Cláudio Gonçalves dos Santos e Sérgio Volk reforçam a urgência de adotar mecanismos de controle das emissões de gases causadores do efeito estufa e apresentam um estudo sobre o manejo sustentável da palmeira de açaí na Amazônia.
Refugiados climáticos e desigualdade no Brasil – A crise climática afeta todos de forma desigual? As regiões mais pobres são também as que mais deslocam pessoas? Partindo destas perguntas, Samuel dos Santos de Paula faz uma análise espacial cruzando indicadores de renda e desigualdade nos estados brasileiros e dados de deslocamentos causados por desastres naturais. O texto revela contradições, invisibilidades e desigualdades associadas ao fenômeno dos refugiados climáticos no Brasil.
China, emergência climática e neoindustrialização – Como a emergência climática, o papel da China e a nova política industrial brasileira podem abrir uma janela de oportunidades para o desenvolvimento regional? O artigo de Danilo Severian e Fernando Cézar de Macedo propõe uma leitura multiescalar da economia brasileira, mostrando como a dependência da exportação de commodities, sobretudo para a China, reconfigura o território e acirra vulnerabilidades ambientais e produtivas.
Sob as ordens de um capitalismo produtivo que mercantiliza a natureza – Num planeta sob intensa pressão ambiental, este artigo faz um alerta poderoso: o atual modelo civilizatório, baseado na lógica do capital, está empurrando a humanidade rumo ao abismo climático e ecológico. O artigo de Elis Braga Licks e Marcus Eduardo de Oliveira defende a urgente ruptura com a ideologia do crescimento a qualquer custo e propõe uma reorientação radical: colocar a sustentabilidade ecológica e a justiça ambiental no centro do debate econômico e político.
Desafios e oportunidades para a região Norte no limiar da COP30 – O presidente do Corecon-PA/AP, Kleber Mourão, apresenta um panorama essencial sobre as contradições, potencialidades e desafios enfrentados pela região Norte do Brasil – palco da próxima Conferência do Clima da ONU, em 2025. O autor questiona as razões que levam a região Norte a se configurar como produtora e exportadora de bens primários e semielaborados, aponta suas potencialidades e argumenta que ela não pode continuar sendo o grande almoxarifado do País e tampouco uma reserva intocável.
Plástico em trânsito – A onipresença do plástico no dia a dia tem um preço ecológico elevado: além de corresponder a 5% das emissões totais de gases do efeito estufa em 2020, apenas 9,4% do material retorna ao mercado como matéria-prima. Além disso, nações mais ricas exportam seus resíduos plásticos para países de baixa renda. As autoras, Michelle Martins e Jennyfer Ferreira da Silva, trazem exemplos internacionais e mostram que uma transição para soluções circulares é possível, desde que haja investimento, regulação firme e compromisso político.
Emergência climática e estabilidade financeira – O avanço das mudanças climáticas é uma ameaça concreta à estabilidade do sistema financeiro. O economista Adriano Filipe da Silva Maia discute como o setor financeiro precisa urgentemente incorporar os riscos climáticos em suas estratégias de gestão. O artigo aborda os impactos do aquecimento global sobre o crédito, as seguradoras, a inadimplência e o próprio equilíbrio da economia brasileira, trazendo dados do Banco Central e projeções até 2050.
Desafio ambiental da eletrificação – O avanço dos veículos elétricos, embora importante para a redução das emissões de gases de efeito estufa, levanta uma nova questão: estamos trocando um problema ambiental por outro? O artigo do economista Arthur Gonçalves Cunha aborda os impactos da mineração do lítio e os desafios estruturais da reciclagem no Brasil, discutindo custos ambientais, lentidão na substituição de combustíveis fósseis e a urgência de políticas públicas para desenvolver a reciclagem de baterias e fomentar a economia circular.
O papel do economista na jornada ESG – A economia precisa responder a crises ambientais, sociais e de governança com soluções inovadoras e responsáveis. Neste contexto, o economista é peça-chave para transformar estruturas corporativas extrativistas em modelos inclusivos e sustentáveis. Mara Rubia Domingues destaca como a jornada ESG, orientada pela prática ABNT PR 2030 e pela Taxonomia Sustentável Brasileira, oferece ferramentas concretas para que empresas avancem em governança, gestão de riscos e impactos socioambientais.