XXVI CBE: Inovação e oportunidades para economistas no agronegócio

Painel debateu a evolução do setor privado no Rio Grande do Sul e as perspectivas de mercado para o agronegócio

O agronegócio no Rio Grande do Sul se destaca como um dos pilares da economia regional e nacional, resultado de décadas de inovação, tecnologia e empreendedorismo. O painel sobre economia do setor privado, realizado no XXVI Congresso Brasileiro de Economia, recebeu os especialistas Frederico Logemann e Luiz Augusto Dumoncel, que falaram sobre as empresas em que trabalham – a SLC Agrícola e a 3 Tentos, respectivamente. Eles mostraram como a combinação de gestão eficiente, conectividade e sustentabilidade vem moldando o setor, criando oportunidades não apenas para produtores rurais, mas também para profissionais de economia e áreas correlatas.

Frederico contou um pouco da história da empresa, da origem ao momento atual: “A história da SLC começou em 1945, em Horizontina, e ao longo dos anos crescemos em escala e tecnologia. Hoje, estamos em oito estados do cerrado brasileiro, com 26 fazendas, 834 mil hectares na safra 25/26 e cerca de 5 mil colaboradores, entre eles economistas. Nosso objetivo sempre foi impactar positivamente gerações futuras e contribuir para o desenvolvimento sustentável do agronegócio”.

Sobre o momento contemporâneo, a inovação tem desempenhado um papel fundamental na agricultura. “Não há como falar de agricultura e inovação sem conectividade. Digitalizamos nossas lavouras com sensores e telemetria de máquinas, utilizamos robôs Leopard e aviões autônomos para monitoramento. Esses recursos reduzem custos, aumentam a precisão na aplicação de insumos e melhoram a produtividade. A tecnologia transforma não apenas a produção, mas toda a experiência do trabalho no campo”, destacou.

De forma semelhante, Luiz Augusto também contou a história da empresa em que trabalha –também iniciada no Rio Grande do Sul. “Nosso foco tem sido promover a evolução do campo junto ao produtor, colaboradores e sociedade. Hoje atuamos em grãos, insumos e indústria — incluindo biodiesel, farelo de soja, etanol e DDGS. Com a Lei do Combustível do Futuro, que aumenta a mistura de etanol e biodiesel, vemos novas oportunidades de expansão e inovação”, explicou.

Falando aos estudantes presentes ao evento, Dumoncel destacou que há espaço para economistas no agronegócio. “Nossa empresa já conta com profissionais da área, que aplicam análise de dados e visão generalista para diversas operações, desde mercado de insumos até cadeias de produção industrial. A atuação desses profissionais vem se tornando cada vez mais estratégica à medida que o setor se sofisticar”, concluiu.

XXVI Congresso Brasileiro de Economia 

O Congresso Brasileiro de Economia ocorreu de 06 a 10 de outubro no Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Reconstrução, Desafios e Oportunidades”. O evento reuniu cerca de 50 especialistas e 500 participantes (online e presencial) em torno de grandes temas que impactam o futuro do país, como reforma tributária, mudanças climáticas, comércio internacional, agronegócio, desigualdades regionais, inovação, economia comportamental, educação financeira e o papel do Estado na neoindustrialização. A promoção foi do Cofecon, em parceria com o Corecon/RS. 

O evento contou com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vero/Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Monte Bravo Investimentos, Conselhos Regionais de Economia de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro. 

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