XXVI CBE: Painel sobre economia da saúde teve participação internacional

Debate destacou o papel estratégico do setor para o desenvolvimento e a produtividade do Brasil

O painel “Economia da Saúde” reuniu especialistas do Brasil e do exterior para discutir os desafios de financiamento, gestão e eficiência no setor de saúde. Com a participação da palestrante internacional Céu Mateus, professora da Universidade de Lancaster (Reino Unido), ao lado de Everton Nunes da Silva (UnB) e Ricardo Englert (Santa Casa de Misericórdia), o debate destacou como a saúde, responsável por cerca de 10% do PIB brasileiro, influencia diretamente a produtividade, o bem-estar social e o desenvolvimento econômico do país.

O moderador da mesa, Giácomo Balbinotto, comentou que o Congresso Brasileiro de Economia trouxe, pela primeira vez, um painel exclusivo sobre economia da saúde, abordando temas de grande relevância para o setor. Durante o debate foi destacada a importância da economia da saúde tanto para o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para o sistema privado, além de discutir a formação de economistas especializados e as pesquisas realizadas no Brasil e no mundo nessa área. “Com palestrantes de altíssimo nível, todos com doutorado, e uma abordagem abrangente e prática, o evento foi considerado um grande sucesso pelos participantes, oferecendo uma visão ampla sobre o papel estratégico da economia da saúde no país”.  

Ricardo Englert, CFO da Santa Casa, falou do papel do economista na administração hospitalar, compartilhando sua experiência como administrador de um grande hospital. Ele ressaltou os desafios de gerenciar um hospital de grande porte, comparando-o a uma indústria que precisa constantemente avaliar resultados e otimizar recursos. “Eu procurei mostrar o quanto tem espaço para um economista desenvolver a sua profissão lá dentro”, afirmou.     

O palestrante enfatizou a importância de equilibrar as necessidades ilimitadas com os recursos escassos, uma realidade enfrentada diariamente no setor hospitalar. “Como é que a gente pode fazer a melhor assistência com menor custo? ” Essa visão reforça o papel estratégico da gestão eficiente para garantir uma assistência de qualidade a um maior número de pessoas”.  

Para Everton Nunes, este é um setor que possui um campo amplo. “A complexidade do setor acaba também gerando uma ampla gama de investigações, de métodos que você pode aplicar. A saúde representa torno de 10% do PIB, então é um setor bastante relevante”, afirmou.

A palestrante portuguesa Céu Mateus destacou a importância de inspirar estudantes de economia a se dedicarem à área da economia da saúde. Segundo ela, a saúde é um aspecto essencial que afeta a todos e desempenha um papel crucial no crescimento de um país.   

Céu enfatizou que, para alcançar avanços como maior produtividade, inovação e reconhecimento global, é indispensável investir na saúde da população, com atenção especial à educação e ao bem-estar de meninas e mulheres, que têm um papel fundamental na transmissão de saúde para as futuras gerações.  “Fala-se muito da necessidade de crescimento, de você precisar ter mais produtividade, de inovação e de ser uma referência no mundo em muitas áreas, mas isso nunca se consegue com uma população doente. Por isso, a necessidade de mostrarmos o todo o potencial e a necessidade de investir em saúde”, disse a economista. 

  

XXVI Congresso Brasileiro de Economia 

O Congresso Brasileiro de Economia ocorreu de 06 a 10 de outubro no Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Reconstrução, Desafios e Oportunidades”. O evento reuniu cerca de 50 especialistas e 500 participantes (online e presencial) em torno de grandes temas que impactam o futuro do país, como reforma tributária, mudanças climáticas, comércio internacional, agronegócio, desigualdades regionais, inovação, economia comportamental, educação financeira e o papel do Estado na neoindustrialização. A promoção foi do Cofecon, em parceria com o Corecon/RS. 

O evento contou com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vero/Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Monte Bravo Investimentos, Conselhos Regionais de Economia de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro. 

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