Quase 60% dos brasileiros já se arrependeram de emprestar dinheiro a amigos
Economista Carlos Eduardo Soares de Oliveira Junior, integrante da Comissão de Política Econômica do Cofecon, falou à rádio Record sobre o assunto e comentou alguns cuidados que se deve ter
Uma pesquisa realizada pela Serasa e divulgada recentemente divulgou que quase 60% dos brasileiros já se arrependeram de emprestar dinheiro a amigos. Para eles, apesar de a amizade ser vista como uma base de apoio importante, questões financeiras podem gerar conflitos ou até mesmo levar ao fim de relações. O economista Carlos Eduardo Soares de Oliveira Junior, integrante da Comissão de Política Econômica (CPE) do Cofecon, falou sobre o assunto à Rádio Record.
O estudo também aponta que as escolhas relacionadas ao uso de dinheiro estão ligadas à vida social de 67% dos entrevistados, que afirmaram já ter feito alguma compra influenciados por amigos. “Quando alguém empresta, espera uma relação de confiança e assegura o pagamento no prazo estabelecido. No entanto, podem ocorrer imprevistos, falta de organização financeira ou desconsideração do devedor, o que pode resultar em frustração”, expressou Oliveira. “Além disso, a cobrança entre amigos tende a ser mais complicada, o que pode prolongar a devolução e desgastar a amizade”.
Para o economista, essa prática pode ser arriscada e comprometer as economias de quem empresta: “Emprestar dinheiro a alguém próximo pode comprometer seriamente a vida financeira do emprestador. O valor emprestado pode impactar no orçamento pessoal, especialmente se for significativo ou se quem recebe o empréstimo estiver numa situação financeira instável”.
Antes de decidir emprestar um determinado valor a um amigo, alguns pontos precisam ser avaliados. “Pergunte-se se o valor emprestado não fará falta no curto prazo. Conversar abertamente, discutir prazos e formas de pagamento, de maneira clara e, preferencialmente, por escrito”, comentou o integrante da CPE. “E procure entender o motivo do pedido e avaliar se a solicitação é para uma emergência real ou se reflete um padrão de má gestão financeira”.
Oliveira também mencionou que a pesquisa da Serasa reflete o atual cenário da educação financeira dos brasileiros. “A falta de educação financeira contribui tanto para o endividamento quanto para decisões impulsivas, como emprestar sem avaliar riscos. Para mudar esse cenário, é fundamental incluir a educação financeira no currículo escolar, desde o ensino básico, além de promover campanhas públicas e iniciativas comunitárias que ensinam noções básicas de orçamento”, finalizou o economista.