Tania Teixeira: “Comércio intrarregional vem aumentando, mas ainda não é expressivo”
Presidenta do Cofecon falou ao jornal O Tempo sobre a possibilidade de o bloco ser uma alternativa para escoar produtos não vendidos para os Estados Unidos após o anúncio das tarifas de 50%
O portal do jornal mineiro O Tempo publicou nesta quinta-feira (31) uma matéria discutindo se o mercado sul-americano pode ajudar a escoar produtos brasileiros que deixarão de ser vendidos para os Estados Unidos após as tarifas de importação de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump. Nesta quarta-feira (30) foram anunciadas algumas exceções, mas muitos produtos ficaram de fora, como carnes e café.
No texto, a presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, lembra que nem todos os produtos brasileiros podem ser redirecionados para o Mercosul – isso porque o bloco é um dos principais compradores de produtos industrializados do Brasil, enquanto a exportação para os Estados Unidos está muito concentrada em produtos primários. “O comércio intrarregional, no caso brasileiro, vem aumentando nos últimos 10 anos, mas ainda não é expressivo”, afirmou a economista.
Ela também trouxe dados de 2024: “Ao todo, foram US$ 20,2 bilhões em exportações (6% das exportações brasileiras) para o Mercosul e US$ 19,4 bilhões em importações (7,4% do total), segundo dados do Ministério das Relações Exteriores. Destacam-se, dentro do bloco, o comércio de soja, veículos de passeio e energia elétrica”, comentou a presidenta do Cofecon.
A economista Marisa Rossignoli, conselheira do Corecon-SP, também foi citada na matéria. “É preciso encontrar os compradores, pois os outros países do Mercosul também têm suas demandas de produção e exportação. Existe, sim, algum espaço para aumentar as vendas, mas não é um destino certo, e demanda esforço e tempo. Não tem como fazer uma transferência do tipo: acabou para os EUA, vamos vender para o Mercosul”, afirma Marisa.
A matéria publicada pelo portal do jornal O Tempo pode ser lida clicando AQUI