Cofecon promove debate sobre impactos da mineração
Evento terá a participação do economista Ricardo Ruiz e do engenheiro químico Renato Ciminelli e acontecerá no dia 23/07, às 18h30, com transmissão pelo YouTube
O Cofecon, por meio da Comissão Sustentabilidade Econômica e Ambiental, realiza na próxima quarta-feira (23), às 18h30, um webinário com o tema “Mineração em áreas sensíveis: a urgência de um novo pacto socioambiental para o uso de recursos naturais”. O debate contará com a presença do economista Ricardo Ruiz e do engenheiro químico Renato Ciminelli. A mediação será do economista Weslley Cantelmo. O evento é parte da série Diálogos Econômicos à Luz da COP30 e terá transmissão pelo canal do Cofecon no YouTube, com emissão de certificados para os participantes inscritos (inscreva-se AQUI).
Mineração
A mineração é uma atividade econômica bastante relevante para o PIB e a balança comercial do Brasil. No entanto, também é um fator de geração de conflitos socioambientais, especialmente quando se avança sobre territórios sensíveis (como terras indígenas, unidades de conservação e áreas de importância para comunidades tradicionais).
Além disso, os rompimentos de barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambos em Minas Gerais, deixaram marcas profundas, não apenas pelo rastro de destruição e perdas humanas, mas também por escancararem a fragilidade dos mecanismos de controle. O primeiro teve um impacto profundo sobre o abastecimento de água e a atividade econômica, com a contaminação do Rio Doce e uma grande quantidade de rejeitos chegando até o mar, enquanto o segundo ceifou 272 vidas.
Diante desse cenário, cresce a urgência de repensar o modelo de exploração mineral vigente e construir um novo pacto socioambiental que garanta o uso responsável e sustentável dos recursos naturais. O debate não se resume à escolha entre preservar ou explorar, mas à busca por um equilíbrio entre desenvolvimento, justiça social e proteção ambiental. Como compatibilizar os interesses econômicos com os direitos dos povos e os limites do planeta? É a partir dessas questões que se propõe esta reflexão.
Os participantes
Ricardo Machado Ruiz é professor da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) e do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR), ambos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Economista graduado pela Unicamp, mestre pela mesma instituição e PhD em Economia pela The New School for Social Research. É pesquisador colaborador do China Institute for Service Trade da Beijing International Studies University e membro colaborador da Comissão de Direito da Concorrência da OAB/MG. Foi conselheiro do CADE e vice-presidente e diretor de Desenvolvimento de Negócios na Invest Minas.
Renato Ciminelli é engenheiro químico, com mestrado pela Pennsylvania State University e MBA executivo pela USP. É diretor da Consultoria Mercado Mineral, membro da Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis (SDSN) e do Conselho de Engenheiros para a Transição Energética (CEET), ambos da ONU, e coordenador da rede colaborativa Made in Brasil Integrado (MiBi), grupo de trabalho mineral articulado com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Tem 48 anos de mineração em atividades como marketing mineral, pesquisa e inovação, gestão, articulação profissional e setorial, projetos de fomento, desenvolvimento territorial e sustentabilidade.
O mediador, Weslley Cantelmo, é doutor em Economia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR/UFMG), mestre em Geografia com ênfase em Organização do Espaço pelo Instituto de Geociências da UFMG (2014) e graduado em Ciências Econômicas pela mesma instituição (2010). É sócio da Apó Territorial no setor de consultorias para projetos de desenvolvimento regional e assessor da coordenação do Projeto Brumadinho na UFMG, com bolsa de pós-doutorado. Foi gestor no processo de reparação dos danos causado pelo rompimento da barragem de Fundão (Mariana-MG) e coordenador técnico da força-tarefa de avaliação dos efeitos e desdobramentos do desastre.
Ciclo de seminários
Com a realização da COP30 na cidade de Belém, o Brasil assume uma posição estratégica nas negociações climáticas internacionais. Em um cenário marcado por crises ambientais e desigualdades históricas, o país terá a responsabilidade de liderar os esforços globais para a implementação efetiva dos compromissos assumidos no Acordo de Paris. O evento da ONU, conhecido como a “COP da Implementação”, ocorrerá em um contexto de enfraquecimento da governança global, avanços ainda insuficientes do Acordo de paris e desafios significativos para a construção de uma transição energética justa.
A série de webinários é promovida pela Comissão Sustentabilidade Econômica e Ambiental do Cofecon, que é coordenada pela conselheira Elis Braga Licks. Os seminários anteriores foram:
- O papel do Brasil diante dos desafios climáticos contemporâneos, com Beatriz Macchione Saes, no dia 14/05;
- Desenvolvimento e natureza, com Clovis Cavalcanti, no dia 28/05;
- Custos econômicos das mudanças climáticas, com Carlos Eduardo Young, no dia 10/06.
- Justiça climática, com Fábio Feldmann e Gilberto Natalini, no dia 25/06.
- Economia circular, com Lucas Ferreira Lima e Anastácio Peralta Ava Kwarahy Rendyju, no dia 09/07.