Róridan e Miragaya comentam impactos do tarifaço de Trump
Integrantes da Comissão de Política Econômica do Cofecon abordaram diferentes consequências. Róridan vê um dólar mais caro e queda de preços nos produtos domésticos, enquanto Miragaya classificou o anúncio como absurdo
Os economistas Róridan Penido Duarte e Júlio Miragaya, integrantes da Comissão de Política Econômica do Cofecon, falaram a veículos de comunicação sobre as tarifas anunciadas na tarde de ontem (09) pelo presidente norte-americano Donald Trump. De acordo com o texto divulgado, elas passam a vigorar a partir de 1º de agosto e têm, entre seus motivos, decisões do STF contra plataformas de mídia social e um suposto déficit comercial daquele país no comércio com o Brasil.
Róridan prevê dólar mais caro
À Tribuna do Paraná, Róridan analisou as consequências mais diretas. “De imediato já percebemos uma elevação na cotação do dólar e o prejuízo nas exportações. Ao exportar menos, vamos atrair menos dólares. Atraindo menos dólares, a sua cotação tende a subir”, explica o economista. “Um dólar mais caro vai encarecer também nossas importações. As empresas vão gastar mais reais para importar os mesmos produtos (e nós também). Então, isso tende a gerar um impacto inflacionário no Brasil”, explicou.
Para os produtos locais, no entanto, ele prevê uma queda de preços. “As empresas vão deixar de vender para os Estados Unidos, terão que buscar vender esses produtos aqui. Então, isso pode gerar uma queda de preços no mercado interno. Em termos de alimentos que são exportados, pode ser até positivo para o Brasil, num primeiro momento”, analisou o economista. Para os Estados Unidos, a consequência é oposta: “O impacto será inflação lá nos Estados Unidos, mas gerando uma mesma receita aqui para o nosso exportador brasileiro”, contou Róridan.
A Tribuna do Paraná também ouviu a economista Simone Deos, conselheira do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP). Perguntada sobre como as tarifas iriam afetar o dia a dia da “Dona Maria” no Brasil, respondeu: “Quem vai sofrer mais é a Lady Mary, que mora nos Estados Unidos. Um impacto muito provável destas medidas é o aumento do suco de laranja e do café, por exemplo”, comentou. “Ainda é difícil dizer qual será o saldo líquido para os brasileiros. Mas a maior oferta de bens para o mercado interno pode levar à redução de preços. Por outro lado, perder demanda externa pode levar a uma redução na produção destes setores, causando desemprego no País”.
A matéria publicada pela Tribuna do Paraná pode ser acessada clicando AQUI.
Miragaya: imposição de tarifas com base em motivos políticos é vedada
Júlio Miragaya falou ao portal InfoMoney e classificou o anúncio como “um absurdo baseado em mentiras e intromissão”, com uma mistura indevida entre política e comércio. “A imposição de tarifas com base em motivos políticos é vedada pelo direito comercial internacional”, apontou o economista.
O texto publicado pelo portal InfoMoney pode ser lido clicando AQUI.