Cofecon realiza debate sobre desindustrialização e neoindustrialização do Brasil
Evento acontecerá no dia 2 de julho, às 18 horas, com transmissão pelo YouTube. Palestrante será o economista Silvio Antônio Ferraz Cário (UFSC)
O Conselho Federal de Economia, por meio da Comissão de Desenvolvimento Regional e Local, promove um debate com o tema “Desindustrialização e neoindustrialização no Brasil: estratégias e perspectivas”. O evento, que acontecerá de forma virtual no dia 2 de julho, às 18 horas (com transmissão pelo canal do Cofecon no YouTube), terá a participação dos economistas Silvio Antônio Ferraz Cário como palestrante, Wallace Marcelino Pereira como debatedor e Kerssia Preda Kamenach como mediadora. A abertura será feita pela presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira.
O debate tem como objetivos apresentar a evolução da industrialização e as causas da desindustrialização no Brasil; discutir as políticas industriais recentes e, em especial, o programa Nova Indústria Brasil (NIB) e seus impactos nos territórios; e trazer aos economistas e à sociedade a importância da indústria para o desenvolvimento econômico, bem como estratégias de longo prazo da política industrial brasileira.
As inscrições podem ser feitas clicando AQUI. Para os inscritos, haverá a emissão de certificados de participação.
Industrialização, desindustrialização e neoindustrialização
O Brasil vive um momento decisivo para repensar seu modelo de desenvolvimento. Após décadas de avanços e retrocessos no processo de industrialização, o país enfrenta os efeitos profundos da desindustrialização precoce, um fenômeno marcado pela perda de participação da indústria no PIB e no emprego, sem que as etapas anteriores de consolidação industrial tivessem sido plenamente cumpridas.
Em 1985, a indústria representava quase metade do PIB nacional, e a indústria de transformação, de forma específica, superava 27%; quase quatro décadas depois, em 2024, a participação da indústria no PIB é inferior a um quarto, enquanto a indústria de transformação respondeu por 10,8%. Esse processo comprometeu a capacidade produtiva nacional, gerou vulnerabilidades externas e contribuiu para o aumento das desigualdades regionais.
Em janeiro do ano passado foi lançado o programa Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa que propõe uma política industrial baseada em missões — ou seja, metas articuladas em torno de desafios concretos do país, como a descarbonização da economia, a modernização da infraestrutura, a ampliação do complexo industrial da saúde, e o fortalecimento da base produtiva nacional com inovação e sustentabilidade. Além de aumentar a produtividade, trata-se de articular setores estratégicos com políticas públicas capazes de promover integração regional, redução de desigualdades e inserção competitiva no cenário internacional.
Além disso, há o conceito de neoindustrialização, que não significa necessariamente retomar o que já foi feito até a década de 1980, mas reinventar a indústria brasileira para um novo tempo — com mais tecnologia, valor agregado, inclusão social e respeito aos limites ambientais. O debate proposto pelo Cofecon é, portanto, essencial para repensar o lugar do Brasil no mundo e consolidar uma estratégia de desenvolvimento nacional que dialogue com os desafios do século XXI.
Palestrante
O palestrante, Silvio Antônio Ferraz Cário, é economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, mestre em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É professor titular da UFSC.
O debatedor, Wallace Marcelino Pereira, é economista graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Economia da Indústria e Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor em Economia Aplicada pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR/UFMG), com passagem pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e pelo Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. É professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará (PPGE/UFPA) e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Política Econômica e Desenvolvimento Produtivo (LAPED).