Está no ar a revista Economistas #55 

Edição de março vem sendo tradicionalmente dedicada às mulheres. Artigos abordam questões de gênero e sustentabilidade

Está no ar a edição número 55 da Revista Economistas! Esta edição, em comemoração ao Mês da Mulher, é uma iniciativa da Comissão Mulher Economista e Diversidade e traz artigos escritos por mulheres economistas – fato que vem se tornando uma tradição nos últimos anos na edição de março.  

Os textos exploram a relação entre economia e gênero, destacando desafios, desigualdades e avanços na participação das mulheres na profissão, no mercado de trabalho e na sociedade, e abordam temas que vão desde o impacto do trabalho doméstico não remunerado até o custo da violência doméstica para a economia, além da sub-representação feminina na ciência econômica e no mercado de trabalho. 

Ela pode ser acessada clicando AQUI https://bit.ly/3XFkORf ou pelo visualizador abaixo:

Revista Economistas – Março 2025

Uma matéria especial destaca a posse de Tania Cristina Teixeira como presidenta do Cofecon, um marco na trajetória da autarquia que reflete as transformações na profissão de economista. Sua liderança simboliza o avanço da representatividade feminina no campo econômico, consolidando um movimento que busca maior equidade e participação ativa das mulheres nos debates e decisões sobre o desenvolvimento do país. O evento foi também um momento de reconhecimento às economistas que pavimentaram esse caminho, reforçando a importância de fortalecer espaços de liderança para mulheres na economia. 

Artigos da edição 55  

Capitalismo, trabalho doméstico não remunerado e sustentabilidade da vida – O trabalho doméstico não remunerado é um pilar essencial para a manutenção da vida e da força de trabalho, mas permanece invisível e desvalorizado dentro do sistema econômico tradicional. Historicamente, mulheres são as principais responsáveis por essa carga de cuidados, o que reforça desigualdades de gênero, raça e classe e sustenta a lógica do capitalismo. Beatriz Cerqueira Worspite analisa como o sistema capitalista prioriza o lucro em detrimento do cuidado com a vida, sugerindo a necessidade de repensar essa estrutura em busca de um modelo econômico mais justo e igualitário. 

O governo que negligencia o investimento no combate à violência doméstica não é apenas desumano, é estúpido – A violência contra a mulher não é apenas uma questão social, mas também um custo econômico significativo, argumenta Roberta Muniz. Um estudo do Instituto Maria da Penha, em parceria com a UFC, mostrou que mulheres vítimas de violência perdem, em média, 18 dias de trabalho por ano, afetando sua produtividade e estabilidade financeira. No Rio de Janeiro, os prejuízos podem ultrapassar R$ 6,6 bilhões anuais em perda de renda e produtividade. Investir no combate à violência doméstica é uma estratégia inteligente para o crescimento econômico, pois a falta de políticas públicas eficientes prejudica tanto as vítimas quanto o desenvolvimento do país. 

Mulheres na Economia – A participação feminina na economia é fundamental para o crescimento sustentável e a inovação. Estudos do FMI e do Banco Mundial indicam que a igualdade de gênero pode impulsionar significativamente o PIB global. No entanto, mulheres ainda enfrentam desigualdade salarial, ganhando 22% a menos que os homens, e ocupando apenas 37% dos cargos de liderança no Brasil. O artigo de Dirlene Silva destaca como a equidade de gênero fortalece economias e apresenta estratégias para ampliar a inclusão feminina no mercado de trabalho e promover o empreendedorismo, apontando caminhos para um futuro mais justo e próspero. 

Da evolução da ciência econômica ao reconhecimento das mulheres economistas – A história da ciência econômica, dominada por grandes pensadores, muitas vezes negligencia o reconhecimento das contribuições das economistas mulheres. O artigo de Isabel Ribeiro destaca a trajetória de exclusão das mulheres na profissão, exemplificada pela escassa premiação feminina no Nobel de Economia, com apenas três mulheres laureadas entre 1969 e 2024. O texto celebra as contribuições de pioneiras como Elinor Ostrom, Esther Duflo e Claudia Goldin, além de outras economistas renomadas, que transformaram áreas essenciais da economia.  

Políticas públicas de gênero e as mulheres no capitalismo tardio – Como as desigualdades estruturais afetam as mulheres no Brasil? Quais avanços e desafios persistem nas políticas públicas voltadas para equidade de gênero? Pamela Sobrinho analisa os impactos da precarização do trabalho, da violência de gênero e das políticas de inclusão na realidade das mulheres, especialmente negras e periféricas. Apesar de avanços, a sub-representação política e a sobrecarga de trabalho ainda são desafios estruturais que precisam ser enfrentados. 

Adoráveis Mulheres Economistas – A trajetória das mulheres na economia tem sido marcada por desafios, avanços e grandes conquistas. No artigo “Adoráveis Mulheres Economistas”, Mônica Beraldo revisita momentos históricos da luta pela valorização da presença feminina no Sistema Cofecon/Corecons, desde o primeiro debate sobre gênero em um Congresso Brasileiro de Economistas, em 1999, até a eleição da primeira mulher presidente do Cofecon em 2025. O artigo também destaca iniciativas fundamentais para ampliar o protagonismo feminino na economia. 

Mulheres e Superendividamento – O superendividamento é uma realidade que afeta milhões de brasileiros, mas as mulheres são particularmente vulneráveis a esse problema. Desigualdade salarial, jornadas duplas de trabalho, falta de acesso a crédito justo e a sobrecarga financeira são alguns dos fatores que agravam essa situação. A economista Janile Soares analisa as causas do endividamento feminino, suas consequências e possíveis soluções. Como o superendividamento impacta a economia do país? Quais políticas públicas podem ajudar a reverter esse cenário? Como a educação financeira pode ser uma ferramenta de empoderamento feminino? 

Mercado de Trabalho e Desigualdade de Gênero – Em um cenário onde as desigualdades de gênero ainda dominam o mercado de trabalho no Brasil, o campo da Economia não é exceção. O artigo de Eliane Araujo e Adriana Ripka expõe as persistentes assimetrias enfrentadas pelas mulheres, mesmo com avanços significativos nos últimos anos. Apesar das dificuldades, a educação das mulheres avançou, e elas se destacam nas universidades. No entanto, a luta por igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação de gênero continua. O artigo também é um chamado para que mais mulheres economistas se juntem aos Conselhos Regionais de Economia e se envolvam ativamente na transformação desse cenário. 

O impacto dos vieses cognitivos na desigualdade de gênero nas instituições financeiras brasileiras – O artigo de Viviane Almeida Morais aborda como os vieses cognitivos afetam a participação das mulheres nas instituições financeiras brasileiras. Ao aplicar conceitos da Economia Comportamental, a pesquisa explora como preconceitos inconscientes, como os vieses de confirmação, ancoragem e o status quo, contribuem para perpetuar a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, especialmente em cargos de liderança.  

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