Lacerda discute desglobalização: “Não adianta ter o fornecedor mais barato”

Conselheiro federal falou à Isto É sobre a reorganização das cadeias produtivas globais, impulsionada pela pandemia, pela crise climática e pelas tensões geopolíticas

O conselheiro federal Antonio Corrêa de Lacerda foi ouvido pela Isto É em uma matéria abordando o fenômeno na desglobalização. O texto discute uma reversão do processo que ganhou força na década de 1990, levando o mundo a uma interligação econômica global sem precedentes na história.

“Não se trata de uma reversão integral da visão da globalização, mas outros fatores passaram a fazer parte da estratégia das empresas”, comenta o economista. “A pandemia expôs a fragilidade de depender do abastecimento externo diante da falta dos equipamentos de proteção individual”, recordou.

A crise climática também está presente na realocação das cadeias globais de valor. “A ilusão de muitos países de que bastava transferir para outros a indústria poluente se foi, porque o planeta é o mesmo e os problemas climáticos em outros países também te afetam”, apontou Lacerda. Além disso, conflitos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia trazem dúvidas sobre a segurança. “Não adianta ter o fornecedor mais barato, que dará mais eficiência, se ele não garante o abastecimento”.

Em meio a este cenário, Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos e, determinado a levar a produção de volta ao território nacional, vem levantando diversas barreiras tarifárias, inclusive contra países aliados. “Há um reposicionamento das cadeias produtivas internacionais e, agora, a questão tarifária, sem dúvida, é um fator a mais que as empresas passam a avaliar para reposicionar suas fábricas”, argumenta o economista. Ele cita a dependência do mundo em relação aos chips de Taiwan. “O mundo se tornou dependente, porque todo aplicativo industrial usa chip de lá. Foi erro estratégico. Como reverter? Não é simples assim”.

A matéria pode ser lida clicando AQUI.

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