Desenvolvimento regional é o tema da revista Economistas nº 54
Momento econômico traz novas oportunidades para o Brasil e suas regiões, mas elas devem ser trabalhadas de maneira integrada, com base em paradigmas modernos. Confira os artigos e entrevista exclusiva com a economista Tania Bacelar
Está no ar a edição nº 54 da revista Economistas, cujo tema de capa é o desenvolvimento regional. A publicação contém artigos que trazem temas cruciais para o desenvolvimento regional, com foco na redução das desigualdades para criar um futuro mais inclusivo e sustentável para o Brasil. Ela pode ser acessada clicando AQUI.
Revista Economistas – DezembroEm entrevista exclusiva, a economista Tania Bacelar apontou que não se pode discutir desenvolvimento regional com o mesmo pensamento do século anterior. Ela também defendeu que o Brasil ainda precisa de políticas regionais, mas que não basta apenas olhar para as desigualdades, e sim para as potencialidades.
Artigos da edição nº 54
Daniela Freddo apresenta o artigo Desenvolvimento Econômico para Fortalecer a Democracia, e aponta como o desenvolvimento econômico pode ser uma ferramenta crucial para reduzir desigualdades e promover a justiça social. Em um momento de crescente transformação global, como o Brasil pode planejar seu desenvolvimento econômico e social em sintonia com as necessidades da sua população e os desafios do século 21?
O artigo A Construção da Economia a Partir do Território, de Ladislau Dowbor, nos convida a refletir sobre a importância da descentralização e da gestão participativa para o desenvolvimento econômico no Brasil. Dowbor destaca como a falta de recursos no nível local e a centralização do poder dificultam a gestão eficiente, enfatizando que, para enfrentar desigualdades e melhorar a qualidade de vida, precisamos de uma verdadeira mudança na organização política e social
Já o professor Evaldo Gomes Júnior, com vasta experiência acadêmica e prática, analisa as políticas econômicas necessárias para promover um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável para o Brasil em seu artigo Desenvolvimento Regional no Brasil: Desafios e Perspectivas para 2025. Para ele, o foco deve ser no planejamento estratégico e na redução das disparidades entre as regiões, com destaque para a Amazônia e o Sudeste do Pará, onde a concentração de riqueza não acompanha o desenvolvimento social.
O artigo O papel dos Fundos Soberanos de Riqueza para atenuar a vulnerabilidade de estados e municípios Potencial dos Fundos Soberanos de Riqueza explica como os Fundos Soberanos de Riqueza podem ser ferramentas poderosas para atenuar a vulnerabilidade de estados e municípios brasileiros, especialmente aqueles dependentes de recursos finitos como os royalties de petróleo e minerais. Ao destacar exemplos como o Espírito Santo e Maricá, Eduardo Bassin aborda como esses fundos mistos podem impulsionar o desenvolvimento regional, gerar empregos e criar infraestrutura sustentável.
Haroldo da Silva apresenta o artigo Por uma nova revolução científica na economia. Ele aponta que a desigualdade entre as regiões do País ainda é enorme. Como impulsionar a produtividade para elevar os salários e o padrão de vida dos brasileiros? A resposta depende de investimentos em tecnologia, educação, inovação e políticas públicas eficazes.
Desigualdade de acesso ao saneamento básico na Região Norte do Brasil é tema do artigo apresentado por Francisco Diétima, Ariana Cericatto e Ana Cláudia Garcia. O Brasil, por meio de metas da Agenda 2030 da ONU, comprometeu-se a garantir a universalização do saneamento até 2033. Porém, os dados de 2022 mostram que a Região Norte recebe os menores investimentos do país, o que agrava a situação. Para eles, necessário ampliar os investimentos, fortalecer as políticas públicas e garantir que todos os brasileiros tenham acesso a serviços dignos de saneamento
O artigo de Lauro Chaves Neto, Perspectiva regional sobre a economia do Nordeste, explora como a integração dos agentes econômicos e investimentos sustentáveis podem transformar a economia nordestina. Para ele, a região Nordeste, com 28% da população brasileira, enfrenta grandes desafios, mas também é rica em potenciais, com oportunidades de desenvolvimento impulsionadas pela transição energética e pelo fortalecimento dos pequenos negócios.
Qual O Papel das Cidades de Médio Porte no Desenvolvimento Regional? O artigo de Allisson Martins aponta que o Nordeste brasileiro tem vivido uma revolução econômica que vai além das capitais. As cidades de médio porte estão se destacando como forças motrizes para um crescimento mais equilibrado e sustentável, impulsionando cadeias produtivas e suprindo demandas locais.
Heric Santos Hossoé e Lindalva Silva Correia escreveram sobre o Fortalecimento da Agricultura Familiar no Maranhão. O projeto de agroindústrias em assentamentos rurais do Maranhão, em parceria com o INCRA e a UFMA, está transformando a vida de muitas famílias. Através de ações como a implantação de agroindústrias e a produção de polpas de frutas e cera de carnaúba, os agricultores estão gerando mais emprego, renda e desenvolvimento sustentável para suas comunidades.
Santa Catarina se destaca pelo seu dinamismo regional. Com uma economia sustentada pela indústria forte, base exportadora sólida e instituições de peso, o estado continua a crescer, mesmo com os desafios econômicos e sociais. No artigo O dinamismo regional de Santa Catarina, de Dalan Zroth e Angelo Brião Zanela, aponta que a mesorregião Oeste, com seu complexo agroindustrial, impulsiona o desenvolvimento, criando oportunidades e gerando empregos.
Programa Cidades Intermediadoras: um novo paradigma para a desigualdade regional? é o título do artigo de Carlos Eduardo Nascimento, Railene Velos e Aline Miglioli. Eles apontam que ao integrar redes de cidades e melhorar infraestrutura e serviços, o programa Cidades Intermediadoras pode impulsionar a geração de empregos e promover uma dinâmica de desenvolvimento mais inclusiva e sustentável. Será que esse modelo pode transformar a realidade das regiões mais empobrecidas?
Novos livros
Na seção Novos Livros, duas obras de um dos grandes pensadores brasileiros do desenvolvimento regional, Celso Furtado, ganham novas edições, mostrando que o pensamento do célebre economista paraibano continua bastante atual.
O Mito do Desenvolvimento Econômico, publicado originalmente em 1974, traz a visão do célebre economista sobre os limites ecológicos do processo de desenvolvimento econômico global. Para Furtado, levar aos demais países o nível de bem-estar dos países desenvolvidos com base na ampla extração e uso de recursos não renováveis é mais um mito do que uma meta. Já o livro Criatividade e Dependência na Civilização Industrial trata do elo fundamental entre cultura e desenvolvimento. Para Furtado, os estudos anteriores eram insuficientes por desconsiderarem a dimensão cultural de cada sociedade.
Matéria especial: Desafio Quero Ser Economista
Leia também a história de como Yasmim Rodrigues, Cintia Lemos e Maira Santos, as três primeiras colocadas do Desafio Quero Ser Economista, participaram da competição e se apaixonaram por este campo do conhecimento.
Caderno especial de economia solidária
Pela terceira vez, a edição de dezembro da revista Economistas apresenta um caderno especial (acesse AQUI) em comemoração ao Dia Nacional da Economia Solidária, celebrado em 15 de dezembro. Esse caderno tem se consolidado como um espaço de reflexão e debate sobre os avanços, desafios e perspectivas dessa forma de organização econômica que coloca a cooperação, a autogestão e a solidariedade no centro de suas práticas.
Caderno Especial de Economia Solidaria – 2024Neste ano, os artigos publicados trazem uma abordagem ampla e interdisciplinar, discutindo desde os desafios teóricos da inserção da economia solidária dentro da macroeconomia, até questões práticas, como sua inclusão nos centros urbanos. Ao tratar do impacto da economia solidária nas cidades, os autores exploram conceitos como a economia dos setores populares.
Outro tema crucial discutido nesta edição é o enfrentamento da informalidade. Em um contexto no qual muitas iniciativas de economia solidária ainda operam à margem da formalidade, os textos apontam caminhos para superar esse obstáculo, discutindo a importância de um marco legal para o setor.