XXVI CBE: O novo BNDES e o desafio de financiar o futuro sustentável do Brasil

Na palestra magna do evento, Gabriel Ferraz Aidar apresentou a visão estratégica do banco para combinar crédito, garantias e inovação na promoção do desenvolvimento equilibrado e de longo prazo

O economista Gabriel Ferraz Aidar, superintendente da área de Planejamento e Pesquisa Econômica do BNDES, foi o responsável pela palestra magna no XXVI Congresso Brasileiro de Economia. Ele abordou o papel que o banco vem exercendo para promover transparência e inovação em sua atuação, bem como sua importância no suporte ao desenvolvimento nacional. Aidar traçou uma linha histórica até os desafios contemporâneos, destacando a evolução e as novas atribuições do banco público no contexto de crise climática, desigualdades regionais e necessidade de modernização institucional.

“Hoje o BNDES é um aquário”. Com essa frase, Aidar enfatizou o compromisso do banco com mais visibilidade e responsabilidade em suas ações, especialmente com instrumentos que possam alavancar a transição energética e promover impactos positivos na sociedade. Ele lembrou também que o BNDES “foi e é a casa de grandes economistas”, citando nomes históricos como Inácio Rangel e Roberto Campos, e destacou que, além de atuar como instituição de crédito e financiamento, a instituição é “um banco de ideias para o país”.

Em sua exposição, Aidar apresentou números que refletem a amplitude do papel do banco, como aportes recentes em iniciativas de energia renovável, editais para transição energética, a atuação em garantias e participação outras atividades. “O BNDES lançou um edital focando na transição energética. Voltou a investir diretamente em empresas (a partir de fundos garantidores)”, contou Aidar. Ele também ressaltou que, diante de desastres naturais — como as enchentes ocorridas em 2024 no Rio Grande do Sul —, o banco teve importante atuação para apoiar o estado.

Por fim, olhando para o futuro, Aidar indicou que o banco irá continuar expandindo sua atuação em setores estratégicos, combinando políticas públicas, mercado e inovação. “O novo BNDES precisa focar na transição energética, sendo o principal banco que financia energias renováveis; hoje o banco está na fronteira da transição energética, com o hidrogênio verde”. Ele lembrou ainda que iniciativas como o Fundo Clima vêm ganhando escala. “Em 2024 o Fundo Clima mudou de patamar, graças ao desenho de captação sustentável. As operações aprovadas em 2024 removeram da atmosfera mais de 86 milhões de toneladas de CO2 equivalente ao longo da vida útil dos empreendimentos”. Aidar também frisou que isso se dá por meio de parcerias com o mercado, participação em fundos e instrumentos de crédito, garantias, financiamentos não reembolsáveis e serviços para modernização de estatais e infraestrutura.

XXVI Congresso Brasileiro de Economia

O Congresso Brasileiro de Economia ocorreu de 06 a 10 de outubro no Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Reconstrução, Desafios e Oportunidades”. O evento reuniu cerca de 50 especialistas e 500 participantes (online e presencial) em torno de grandes temas que impactam o futuro do país, como reforma tributária, mudanças climáticas, comércio internacional, agronegócio, desigualdades regionais, inovação, economia comportamental, educação financeira e o papel do Estado na neoindustrialização. A promoção foi do Cofecon, em parceria com o Corecon/RS.

O evento contou com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vero/Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Monte Bravo Investimentos, Conselhos Regionais de Economia de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro.

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