Tania Teixeira e Gustavo Pessoti analisam alta dos juros 

Presidenta do Cofecon falou ao UOL que o combate à inflação não pode ser refém do rentismo. Pessoti afirmou à Folha que “não há resiliência econômica que sobreviva a uma Selic de 15%” 

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 15% ao ano. Em comunicado à imprensa, o colegiado afirmou que seguirá vigilante e avaliando se a manutenção dos juros “por período bastante prolongado” é suficiente para trazer a inflação para a meta. A presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, e o conselheiro federal Gustavo Casseb Pessoti falaram a veículos de imprensa sobre a decisão. 

No portal UOL (leia AQUI), a presidenta do Cofecon afirmou que a taxa de juros a 15% “está fora de qualquer padrão civilizado”. “Levando em conta a expectativa de inflação dos próximos 12 meses, são quase 10% de juros reais”, comentou Tania. “Por isso, temos defendido que o combate à inflação não pode ser refém do rentismo”. 

Na Folha de S.Paulo (disponível para assinantes AQUI) o conselheiro federal Gustavo Casseb Pessoti argumentou que o Copom errou ao manter a Selic em 15% ao ano. Ele avalia que não existem sinalizações de elevação de preços no curto e no médio prazo e que, com a desaceleração da economia no trimestre final do ano, as consequências serão danosas ao país. 

“Teremos uma taxa de crescimento aquém das possibilidades. Não há resiliência econômica que sobreviva a uma taxa Selic de 15%, que inclusive reorienta outras decisões bancárias a ela indexadas e que permanecerão altas”, explicou o economista. 

A nota divulgada pelo Copom destaca que “o Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. A próxima reunião do colegiado acontecerá nos dias 4 e 5 de novembro. 

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