Sanções e ameaças dos EUA são “descabidas e inaceitáveis”, defende Cofecon
Entidade que representa os economistas avalia que o tarifaço e as acusações dos EUA são ataques à soberania brasileira e de outros países. Correio Braziliense e outros veículos repercutiram nota oficial do Cofecon
A nota oficial “Pela soberania e autonomia nacional”, divulgada nesta segunda-feira pelo Conselho Federal de Economia, gerou repercussão em vários veículos de comunicação. Os portais do Correio Braziliense, Jornal GGN, Monitor Mercantil e Revista Fórum foram alguns dos que deram destaque ao texto aprovado pelo plenário do Cofecon condenando as tarifas de 50% aplicadas implementadas pelos Estados Unidos para as importações de produtos brasileiros e defendendo a independência e autonomia dos poderes no Brasil. Leia a seguir algumas das repercussões.
Correio Braziliense
A matéria publicada pelo Correio Braziliense menciona trechos da nota do Cofecon e destaca que a relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos completou duzentos anos em 2024, mas que provavelmente enfrenta seu pior momento no período. Leia a seguir a matéria, que pode ser acessada também clicando AQUI.
O Conselho Federal de Economia (Cofecon) classifica como “descabidas e inaceitáveis” as ações dos Estados Unidos contra o Brasil, tanto a nível político quanto comercial. Em nota publicada nesta segunda-feira (15/9), a autarquia que representa os economistas brasileiros avalia que há “claríssimas intenções” de ingerência política nos assuntos domésticos do país por parte do presidente norte-americano, Donald Trump.
“A soberania brasileira, no entanto, é algo inegociável, assim como a independência e autonomia dos Poderes, a liberdade de expressão e de cátedra”, escreveu a entidade. O Conselho, órgão máximo de representação dos economistas no país, declarou ainda que se manifesta em defesa da Nação e em apoio a todas as ações alinhadas a esses princípios e valores.
Desde 6 de agosto, milhares de produtos brasileiros importados pelos EUA sofrem taxação de 50% na chegada, prejudicando significativamente sua competitividade. Entre os itens mais afetados estão café, pescado e suco de laranja.
Conforme nota publicada em julho pelo presidente norte-americano, as tarifas também têm motivações políticas, devido à inconformidade de Trump com o processo que condenou recentemente o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. Para a entidade que representa os economistas brasileiros, ameaças à soberania nacional não são bem-vindas.
“(As sanções e ameaças dos EUA) são descabidas, primeiro, porque, sem precedentes na história de dois séculos de relacionamento entre os dois países; segundo, não encontram respaldo nas regras multilaterais de comércio na ordem econômica vigente; terceiro, porque, tomadas sob o argumento falacioso de parcialidade do Poder Judiciário brasileiro”, avaliou o Cofecon.
Em 2024, a relação entre os dois países completou 200 anos, tornando-se uma das mais antigas da história do Brasil. No entanto, enfrenta possivelmente seu pior momento em mais de dois séculos, em razão das divergências políticas entre os governos. Segundo a entidade, as sanções aplicadas por Trump violam explicitamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que vedam a discriminação comercial sem justificativa técnica.
A entidade destaca, ainda, que a balança comercial entre os dois países vem registrando seguidos deficits para o Brasil. “Portanto, as alegadas ‘distorções de comércio’ não se aplicam ao Brasil, que, além do mencionado déficit comercial com os EUA, também apresenta balança de serviços (marcas, patentes, royalties etc.) francamente favorável aos norte-americanos”, acrescentou.
Jornal GGN
O veículo destacou que a nota do Cofecon se posiciona “em defesa da soberania e da autonomia nacional, diante das ameaças de interferência no país por parte do governo norte-americano Trump”. O texto cita que “para a organização, tais ameaças são absolutamente descabidas e inaceitáveis. ‘São descabidas, primeiro, porque, sem precedentes na história de dois séculos de relacionamento entre os dois países; segundo, não encontram respaldo nas regras multilaterais de comércio na ordem econômica vigente; terceiro, porque, tomadas sob o argumento falacioso de parcialidade do Poder Judiciário brasileiro‘”.
O texto também menciona que “o Cofecon desmonta, ainda, a tese de déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, inclusive na balança de serviços. ‘Há ainda claríssimas intenções de ingerência política nos assuntos domésticos brasileiros por parte das ações do presidente norte-americano, o que aliás, é assumido publicamente. A soberania brasileira, no entanto, é algo inegociável, assim como a independência e autonomia dos Poderes, a liberdade de expressão e de cátedra‘”.
O texto do jornal GGN pode ser lido clicando AQUI.
Revista Fórum
O texto publicado pelo portal da Revista Fórum teve como título “Conselho Federal de Economia endossa Lula e manda recado a Trump: ‘Soberania é inegociável’“. A matéria destaca que “a ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil, com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, cassação de vistos e declarações hostis, gerou reações não apenas do governo Lula, mas também de setores estratégicos da sociedade civil“.
O texto prossegue apontando que “a entidade lembrou que o tarifaço imposto por Trump atinge 69 países, mas tem sido contestado até mesmo dentro dos Estados Unidos, por empresas e governos estaduais” e que “o Cofecon destacou que, no caso brasileiro, os EUA acumulam um superávit de quase US$ 90 bilhões nos últimos 16 anos, o que desmente qualquer discurso de distorção de comércio“.
O texto da revista Fórum pode ser acessado clicando AQUI.
Monitor Mercantil
No Monitor Mercantil, o destaque do título foi para a afirmação de que o tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos viola a legislação internacional. “O Conselho Federal de Economia (Cofecon) divulgou nota oficial criticando as sanções comerciais e diplomáticas do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil. De acordo com o documento, tal postura, unida às ameaças de interferência no país, é inaceitável“.
O jornal também citou os dados comerciais apontados na nota do Cofecon: “desde 2009, as vendas norte-americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,6 bilhões, no acumulado. De acordo com o Cofecon, tais fatos demonstram que as alegadas distorções de comércio não se aplicam ao Brasil, que, além do mencionado déficit comercial com os EUA, também apresenta balança de serviços (marcas, patentes, royalties etc.) francamente favorável aos norte-americanos. As pressões denotam ainda o interesse, além do Estado, de grandes empresas (big techs)“.
O texto do Monitor Mercantil pode ser lido AQUI.
