Cofecon reforça compromisso com a soberania nacional em apoio a ato público na USP 

Autarquia destaca papel dos economistas na construção de um projeto de desenvolvimento justo e democrático para o Brasil 

São Paulo, 25 de julho de 2025 – O Conselho Federal de Economia (Cofecon) reafirmou nesta sexta-feira seu compromisso com a soberania nacional e com a luta por um modelo de desenvolvimento econômico voltado à justiça social e ao bem-estar coletivo. A presidenta da entidade, Tania Cristina Teixeira, esteve presente no ato público realizado na Universidade de São Paulo (USP), que reuniu diversas instituições e movimentos em defesa da autonomia política e econômica do Brasil. 

Para o Cofecon, a defesa da soberania está intrinsecamente ligada à superação das desigualdades, à inclusão social, ao combate à fome e ao protagonismo do Brasil em seu próprio processo de desenvolvimento. “A soberania não é um conceito abstrato. É o poder real que um povo tem de decidir os rumos do seu próprio destino. E sem soberania econômica, não há soberania plena”, afirma Tania.  

Ela lembra os desafios históricos enfrentados pelo país, como o colonialismo, o endividamento externo e as imposições de organismos internacionais, e alertou para os riscos de subordinação a interesses estrangeiros. “Rejeitamos qualquer tentativa de intimidação que subordine o Brasil a lógicas econômicas que nos afastem do bem-estar coletivo”, enfatiza. 

O Cofecon defende uma economia a serviço da democracia, da ciência e da participação popular, destacando o papel da categoria na formulação de políticas públicas que promovam desenvolvimento sustentável e equidade social. A entidade reafirma ainda seu compromisso com a formação crítica de economistas, o fortalecimento da cidadania econômica e o respeito à diversidade regional do país. 

Sobre o ato na USP, ela destaca: “hoje, mais uma vez, afirmamos que soberania não se negocia. Ela se exerce, se protege e se constrói com memória, coragem e políticas públicas comprometidas com o povo brasileiro”.   

Tarifaço 

Na visão do Cofecon, a medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de ser um ataque comercial, abre um grave precedente político. Ao atrelar uma sanção tarifária a um processo judicial interno, os Estados Unidos extrapolam os limites das boas práticas diplomáticas e comerciais. “O Brasil não pode aceitar tal motivo como pretexto para retaliações. Do ponto de vista econômico, uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras tem potencial para atingir diretamente vários setores produtivos nacionais, prejudicando empresas e empregos”, alerta. 

Segundo dados do próprio governo norte-americano, no comércio com os Estados Unidos, o Brasil teve um déficit de US$ 7 bilhões em 2024 em bens – e, se contados bens e serviços, a conta de 2024 chega a um déficit de US$ 28,6 bilhões, o que representa o terceiro maior superávit comercial dos Estados Unidos no mundo. Já em 2025, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil teve saldo negativo de US$ 650 bilhões no primeiro trimestre do ano. 

“É fundamental que a resposta da sociedade e das instituições brasileiras tenha, ao mesmo tempo, firmeza e serenidade. Precisamos ampliar nossa integração com outros blocos e fortalecer o comércio Sul-Sul. O Cofecon defende uma política econômica soberana, voltada ao desenvolvimento e à justiça social, não submetida a pressões externas e interesses alheios ao nosso projeto de país”, ressalta Tania. 

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