Inflação desacelera em maio e reforça expectativa para reunião do Copom 

Presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, destaca alívio nos alimentos e alerta para a importância da reunião do Copom na próxima semana 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou nesta terça-feira (10) o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – que variou 0,26% no mês de maio. Com este resultado, a inflação acumulada em 12 meses é de 5,32%. O principal impacto sobre a inflação veio da energia elétrica residencial (alta de 3,62%), afetada pela vigência da bandeira tarifária amarela. 

“O resultado mostra uma desaceleração, que foi causada principalmente pela queda nos preços da alimentação no domicílio”, observa a presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira. “Existe um alívio em alguns itens de consumo essenciais, como arroz e ovos, o que é positivo para o poder de compra das famílias. Mas também há sinais de pressão em serviços e custos básicos. Em Belo Horizonte a energia elétrica foi reajustada em 7,36%, o que tem um impacto significativo para as famílias”. 

Inflação em 12 meses teve queda 

A inflação acumulada em 12 meses (5,32%) apresentou uma ligeira queda se comparada ao resultado de abril (5,53%). Este número adquire relevância porque na próxima semana será realizada a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). De acordo com o último boletim Focus, o mercado espera que a taxa básica de juros seja mantida em 14,75% – o que indicaria o fim do ciclo de alta iniciado em setembro de 2024. 

“O Copom terá o difícil papel de equilibrar a necessidade de conter a inflação e o estímulo à atividade econômica, evitando medidas que possam comprometer o crescimento e o emprego. Neste sentido, é essencial que o combate à inflação use outras ferramentas além da taxa de juros”, apontou Tania Teixeira. “Uma política equilibrada deve combinar estabilidade de preços, crescimento e emprego, mantendo a inflação sob controle sem abrir mão da produção interna”. 

Um dos elementos afetados pela taxa de juros elevada é o crédito, que também fica mais caro. Neste sentido, a presidenta do Cofecon defendeu a política de crédito do BNDES. “O crescimento com controle de preços pode ser alcançado se houver estímulo do lado da oferta. Neste sentido, o Banco é um indutor do investimento, especialmente na indústria e na infraestrutura, ampliando a capacidade produtiva do País”, comentou a economista.  

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