Formandos da UEA homenageiam Denise Kassama como patronesse da turma
Solenidade de formatura ocorreu na última quinta-feira (13). Economista deu três conselhos aos estudantes: estudem sempre, arrisquem-se e trabalhem com ética
A conselheira federal Denise Kassama Franco do Amaral, coordenadora da Comissão de Educação do Cofecon, foi homenageada como patronesse da mais recente turma de graduados em Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A solenidade de formatura ocorreu na última quinta-feira (13) e marcou o reconhecimento de sua contribuição para a formação acadêmica e profissional dos novos economistas.
“Não sou uma professora regular do curso, ministrei uma ou duas disciplinas para esta turma. Fiquei bastante comovida com o convite”, afirmou Kassama. “Sou uma professora extremamente heterodoxa no que diz respeito à metodologia, então fico feliz de ter contribuído, mesmo que minimamente, com o processo de formação dessa turma”.
Os desafios de ser economista na Amazônia
A docente ressaltou os desafios únicos enfrentados pelos economistas na região amazônica. “A realidade amazônica é diferente. Ser economista aqui tem todo um desafio de entender a economia de um estado que é maior que muitos países, cercado pela maior floresta tropical do mundo. E é daí que vêm os nossos alunos, de famílias que vieram do interior, da cidade, que batalharam ao longo do curso”, pontuou. ” Eu acompanho turmas de calouros, é interessante ver a transformação dos alunos, como eles começam a faculdade e vão melhorando ao longo do curso”.
Para Kassama, a formação em economia proporciona uma visão ampla do funcionamento do mundo e é especialmente relevante no contexto amazônico, onde a presença da Zona Franca de Manaus (ZFM) cria um ambiente econômico diferenciado. “Economistas que entendem a ZFM são poucos no Brasil. Além disso, há uma visão de mundo que integra as perspectivas econômica, social e ambiental da maior floresta tropical do mundo”.
Economia e sustentabilidade
A relação entre economia e meio ambiente foi outro tema abordado por Kassama. “O curso de economia é um dos que mais nos preparam para entender as mudanças que acontecem no cenário econômico global. Este é o ano da COP30, e estamos falando muito de meio ambiente, que interfere diretamente nas relações econômicas. A profissão de economista é a que melhor prepara para essas discussões”, observa. Ela também ressaltou a importância da interdisciplinaridade na economia. “A economia tem que se comunicar com todas as áreas porque, se olharmos bem, absolutamente tudo tem impacto ou relevância econômica. Entender isso é fundamental”.
Conselhos para os formandos
Com vasta experiência no mercado, Denise Kassama compartilhou três conselhos essenciais para os novos economistas. “Nunca deixem de estudar, tanto os saberes formais, como especializações, mestrados, doutorados e línguas, quanto os saberes populares. A floresta é a maior farmácia fitoterápica do mundo. O conhecimento popular ajuda muito na carreira”, afirmou. O segundo conselho foi um incentivo ao empreendedorismo e à ousadia profissional. “Arrisquem-se, tentem, principalmente enquanto são jovens. Se não der certo, tentem outro lado, tentem de novo. Vocês ainda têm muito tempo”.
Por fim, a economista destacou a importância da ética no exercício da profissão. “Trabalhem com ética e respeito aos seus parceiros, aos concorrentes de mercado e aos clientes. Plantem um trabalho honesto e ético. Mesmo que, aparentemente, ele remunere menos, vocês dormirão com a consciência tranquila e sempre terão mercado para atuar”, finalizou.