Flávia Vinhaes enfatiza a importância do compromisso com o debate democrático

Em solenidade de posse do Cofecon, conselheira federal falou sobre o trabalho da presidência anterior e abordou os desafios econômicos e sociais do Brasil atual 

Durante a solenidade de posse da nova presidência do Cofecon, a economista Flávia Vinhaes, diretora-executiva do IBGE e ex-vice-presidente do Conselho, refletiu sobre os avanços conquistados na gestão anterior e os desafios do cenário econômico e político brasileiro. Em sua fala, destacou o compromisso com o debate democrático, o fortalecimento institucional e a necessidade de atualizar a legislação da profissão de economista. Além disso, pontuou questões estruturais da economia nacional. A fala da conselheira pode ser vista na íntegra clicando AQUI

Flávia falou algumas palavras sobre a gestão anterior, na qual foi vice-presidente. “Agradecemos a todos os conselheiros e funcionários do Cofecon que nos ajudaram tanto durante a gestão. Algumas ações marcaram muito o Conselho: temos várias Comissões e grupos de trabalho e ele sempre estimulou o debate. Tivemos o ciclo de seminários que realizamos na Câmara dos Deputados, com a participação de intelectuais comprometidos com o debate econômico e a democracia. Também realizamos o SINCE, de onde saiu a Carta de Santa Catarina”, comentou Flávia. “Um tema muito caro ao Paulo Dantas (ex-presidente do Cofecon) é a atualização da Lei 1.411, que rege a profissão dos economistas. Uma lei defasada que realmente precisa ser revista”.  

“Também implantamos o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), trazendo mais transparência ao Sistema Cofecon/Corecons e foco na eficiência administrativa. Modernizamos o espaço Memórias e Futuro da Economia Brasileira e valorizamos o corpo funcional que o apoiou ao longo desta gestão”, relatou a ex-vice-presidente. “Foi uma gestão permeada por um espírito democrático, um tratamento fraterno mesmo diante de divergências teóricas e filosóficas, o que é normal em qualquer campo democrático”. 

“Queria falar um pouco da nossa atual quadra histórica, os desafios de construir um projeto soberano de nação ao mesmo tempo em que, na maior economia ocidental, um dono de plataforma digital senta-se na cadeira de presidente da república como se houvesse sido ele mesmo eleito pelo povo. No Brasil, foi fundamental na última eleição uma frente ampla democrática para vencer. Depois viria uma tentativa de golpe de Estado”, mencionou. “Esta mesma direita extrema tem frequentemente questionado resultados de pesquisas oficiais produzidas num órgão federal dos mais sérios e respeitados no País e referência no mundo, que é o IBGE”.  

“Marcio Pochmann (presidente do IBGE) tem uma avaliação que eu compartilho: o atual momento se assemelha em muito ao Brasil de 1880 a 1930, quando deixa de ser uma sociedade escravocrata e passa a ser uma sociedade capitalista constituída por classes”, prosseguiu Vinhaes. “A realidade de hoje implica que uma nova interpretação sobre essa sociedade seja feita. Os serviços são hegemônicos em termos de composição do PIB e geração de emprego. Isso tem uma implicação muito grande para as políticas públicas, as relações sociais e o que vem acontecendo no atual momento. Temos observado baixo dinamismo nas regiões litorâneas, as regiões de maior dinamismo são as de menor densidade. É um novo desafio para o Brasil: o empobrecimento das capitais e cidades litorâneas”. 

“Também temos o desafio do que ocorreu no ano passado no Rio Grande do Sul. Não é um fato isolado e não será a última vez. Não sabemos sequer se as soluções serão públicas, privadas ou híbridas”, observou. “Vivemos uma inflexão demográfica, o envelhecimento da população, famílias monoparentais precisando de muitos imóveis. Temos um novo perfil de sociedade e os desafios dos economistas não são poucos”.  

Confira as fotos do evento clicando AQUI ou acessando o álbum abaixo.

Solenidade de Posse - Nova diretoria Cofecon 2025
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