Como o retorno de Trump ao poder nos EUA pode influenciar na economia brasileira
Roberto Piscitelli e Róridan Duarte, membros da Comissão de Política Econômica do Cofecon, falaram ao jornal O Otimista sobre alguns dos impactos da posse de Donald Trump para a economia brasileira
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos reacendeu preocupações globais sobre os efeitos de suas políticas protecionistas, com reflexos diretos e indiretos para a economia brasileira. Em seu discurso, Trump reafirmou a intenção de impor tarifas generalizadas sobre produtos importados, visando “enriquecer os cidadãos americanos”. Quais são os reais impactos para a economia do Brasil?
“Essa dinâmica tornaria as importações brasileiras mais caras, elevando a inflação e dificultando a redução de juros no Brasil”, frisou Róridan Duarte, membro da Comissão de Política do Conselho Federal de Economia.
O aumento de tarifas nos EUA pode gerar pressões inflacionárias, levando o Federal Reserve (FED) a manter ou elevar os juros. Róridan Duarte, membro da Comissão de Política do Conselho Federal de Economia (Cofecon), explica que esse movimento pode atrair dólares para os EUA, valorizando a moeda americana e desvalorizando o real. “Essa dinâmica tornaria as importações brasileiras mais caras, elevando a inflação e dificultando a redução de juros no Brasil”, frisou.
“O pragmatismo da diplomacia brasileira tem sido crucial para preservar as relações comerciais, especialmente com um parceiro estratégico como os EUA”, revelou Roberto Piscitelli.
Ele lembra de episódios do passado, como as tarifas impostas ao alumínio brasileiro no primeiro mandato de Trump, e alertou para a possibilidade de novas barreiras incidirem sobre produtos brasileiros. Destacou ainda possíveis impactos de medidas contra países do Brics, especialmente se o bloco avançar na “desdolarização” e no uso de moedas alternativas.
Já Roberto Piscitelli, também do Cofecon, pontuou que a postura protecionista de Trump cria tensões globais, mas nem sempre suas ameaças se concretizam. “O pragmatismo da diplomacia brasileira tem sido crucial para preservar as relações comerciais, especialmente com um parceiro estratégico como os EUA”, revelou.
Piscitelli ainda observou que uma política comercial agressiva pode se tornar um “tiro no pé” para os próprios Estados Unidos, já que a substituição de fornecedores globais em curto prazo pode elevar os preços internos e aumentar a inflação.
Fonte: O Otimista https://ootimista.com.br/noticias/como-o-retorno-de-trump-pode-influenciar-a-nossa-economia?category=economy&page=2