Tania Teixeira analisa eleição boliviana e vê possibilidade de alinhamento com o Brasil 

Presidenta do Cofecon destacou que o novo governo pretende incentivar o setor privado sem abrir mão das políticas sociais e que o país pode fortalecer parceria com Brasil e China

A presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, falou nesta segunda-feira (20) ao programa Conexão, do canal Times Brasil, sobre a eleição presidencial boliviana, realizada no fim de semana. O economista Rodrigo Paz, de 58 anos, venceu a disputa contra o ex-presidente Jorge Quiroga e assumirá o governo do país andino no dia 08 de novembro. 

“A proposta do presidente eleito, que ele batizou de ‘capitalismo para todos’, busca incentivar o setor privado e manter os programas sociais, além de buscar a formalização da economia, porque a Bolívia enfrenta uma informalidade muito grande. Ele também negou na sua campanha uma proposta de austeridade severa”, comentou a presidenta. “Esta proposta não é destoante daquilo que o Brasil vem adotando, que é um capitalismo que tenha políticas sociais mais inclusivas. Então vejo uma grande possibilidade de alinhamento entre a Bolívia e o Brasil”. 

A Bolívia tem as maiores reservas inexploradas do mundo de lítio – um metal que ganha especial relevância na transição energética, na fabricação de baterias. Tem também no Brasil seu segundo maior parceiro comercial, atrás apenas da China – e também é a nação com a qual nosso país divide a maior fronteira. 

“O fato de a Bolívia ter uma parceria com a China, que tem muitos investimentos na América Latina e no Caribe, vai impulsionar o governo de Rodrigo Paz de todas as maneiras. Esta parceria está colocada dentro do programa capitalismo para todos”, observou Tania. “Ele pretende um modelo de industrialização vinculada a este parceiro, que tem a necessidade de lítio e que tem tecnologia. Dentro de uma perspectiva econômica, a Bolívia já tem o parceiro estratégico – mas, por motivos políticos, isso pode gerar uma certa rivalidade, o que vai depender muito da capacidade de negociação do novo governo para conciliar a relação com os Estados Unidos e a China”. 

“No caso do Brasil, por estar na fronteira, há uma possibilidade grande de cooperação. O alinhamento entre os países do sul global não é só uma alternativa política, ela é também econômica”, pontuou a presidenta do Cofecon. “A relação da Bolívia com o Brasil, o Mercosul e a China é um alinhamento importante que pode até não ser a política do presidente eleito, mas pode ser uma excelente agenda quando se pensa na capacidade produtiva que a Bolívia pode ter ao estabelecer estas relações”. 

A entrevista da presidenta do Cofecon pode ser assistida clicando AQUI

Share this Post