Tania Teixeira: “Presença feminina reflete esforço de mulheres que nos antecederam”
Ao iniciar a primeira Sessão Plenária como presidenta do Cofecon, economista trouxe mensagem sobre a participação feminina e o momento histórico vivido pela instituição. Confira matéria e fotos
Ao abrir a 739ª Sessão Plenária do Cofecon, iniciada no dia 31 de janeiro, a presidenta da autarquia, economista Tania Cristina Teixeira, trouxe ao plenário uma mensagem sobre o momento histórico vivido pela instituição e a importância de ter, pela primeira vez, uma mulher à frente do Cofecon. A economista também reafirmou seu compromisso com a valorização da profissão, o aprofundamento dos debates econômicos e a participação de todos os conselheiros na agenda da autarquia.
“Quero parabenizar as mulheres que assumem neste ano como conselheiras federais, um número bastante expressivo. Não vamos prescindir dos homens, apenas estamos criando uma proporcionalidade importante que represente os economistas e as economistas do nosso País”, expressou Tania. “A presença feminina reflete um esforço de muitas mulheres que nos antecederam e criaram estas condições: conselheiras, presidentas de Corecons, economistas formadas desde a década de 1950, que escreveram a nossa história, e definiram a participação das mulheres como uma força motriz da nossa sociedade”.
“Neste sentido, gostaria de reverenciar Maria da Conceição Tavares, que representa não só uma mulher que lutou por condições efetivas de uma política econômica inclusiva, que primava pela igualdade e justiça, mas também se preocupou com os grandes números agregados macro e microeconômicos, contribuindo como professora e como pensadora de uma economia brasileira e mundial”, prosseguiu a presidenta. “Em nome dela eu expresso parabéns a todas as outras, independente da matriz ideológica e política, que construíram o pensamento econômico no Brasil”.
Em seguida, a presidenta do Cofecon sinalizou seu compromisso com o debate econômico. “Como professora e economista, me comprometo a fazer discussões dos grandes temas que estão na ordem do dia, mas também a debatermos grandes problemas que acometem a sociedade brasileira e humana”, afirmou Tania. “Nos últimos dias temos assistido como governos podem gerar turbulências e também propor grandes mudanças. Meu compromisso, como presidenta do Conselho, é estar aberta às discussões e promover a inclusão de todos os conselheiros e conselheiras eleitos, representantes dos seus estados, comprometidos com a agenda deste Cofecon”.
“O trabalho e o compromisso que nós assumimos lá na ponta é muito representativo para fortalecer a nossa profissão, dignificar a vida dos economistas e de todos aqueles que dependem da economia tanto como ciência quanto política para reorganizar e reordenar e recriar condições efetivas para que nossa sociedade possa ter vida, e vida com abundância”, expressou a presidenta. “Esse é o meu compromisso. Agradeço a todos e vamos abrir nossa plenária”.
Novos conselheiros
A presidenta também abriu um espaço para que os novos conselheiros federais, que estavam participando de sua primeira sessão plenária nesta condição, pudessem se apresentar.
Elis Braga Licks foi conselheira do Corecon-ES no último ano e atua como professora na Universidade Federal do Espírito Santo. “Quero trabalhar em prol da economia brasileira. Gosto de trabalhar com questões ambientais e sou professora de meio ambiente na universidade”, contou Elis. “Desejo a todos um bom trabalho e estou muito feliz, à disposição para participar das comissões”.
Fabíola Andréa Leite de Paula já foi conselheira federal por dois mandatos (2009-2011 e 2012-2014). “Estou feliz por participar da gestão de uma mulher na presidência do Cofecon. Entrei no Sistema como vice-presidente do meu Regional e fui presidente do Corecon-RN por três mandatos”, expressou Fabíola. “Estou disponível para contribuir, e muito feliz por rever colegas e a nossa equipe do Cofecon. Bom trabalho a todos”.
Lúcia dos Santos Garcia contou sobre sua atuação na área de mercado de trabalho. “Sou especializada em sistemas estatísticos ligados ao mercado de trabalho e à condição de vida da classe trabalhadora e da capacidade de geração de riqueza da força de trabalho”, afirmou Lúcia. “Além disso, tenho incursões na economia feminista e trabalho há 30 anos no Dieese. Sou também consultora no âmbito do direito do trabalho e participante de diversos coletivos e organizações que discutem trabalho, distribuição de renda e condição de alguns segmentos da sociedade”.
Pedro Afonso Gomes é perito e foi funcionário do Banco do Brasil por 15 anos, e contou sua trajetória no Corecon-SP. “Ministrei cursos para mais de 4 mil peritos, fui do Sindicato dos Economistas nos últimos 10 anos. Fui conselheiro durante três mandatos, voltei ao Corecon-SP em 2020 na condição de vice do presidente Luiz Barsi e fui presidente do Regional nos últimos três anos. Fui também presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo por oito anos, já havia sido diretor da Fenecon para a região Sudeste, entre outras atividades”, mencionou Gomes. “Profissionalmente sou perito e assistente técnico, trabalho para grandes empresas e atuo especialmente nos conflitos entre empresas, ou de empresas com pessoas físicas e dívidas bancárias. Também faço reestruturação de empresas e atuo como consultor nesta área”.
Teresinha de Jesus Ferreira da Silva teve mandato de conselheira efetiva de 2022 a 2024 e foi reconduzida para um novo mandato de 2025 a 2027. “Estou no Sistema há bastante tempo, fui presidente do Corecon-PI duas vezes, tive dois mandatos de conselheira suplente, outro de conselheira efetiva”, contou Teresinha, que é funcionária aposentada da prefeitura de Teresina e superintendente do Iphan no Piauí. “Coordenei a Comissão Mulher Economista e Diversidade e a Comissão de Responsabilidade Social e Economia Solidária. Foi um trabalho gratificante e avançamos muito em ampliar o espaço e a reflexão sobre a mulher”.
Dos novos conselheiros suplentes, quatro deles estavam presentes à sessão plenária: Frednan Bezerra dos Santos, José Antonio Lutterbach Soares, José Luiz Pagnussat e Paulo Dantas da Costa.
“Estou feliz por iniciar o mandato neste momento histórico em que temos, pela primeira vez, uma mulher à frente do Conselho”, saudou Frednan, citando em seguida sua trajetória: “Sou economista formado pela UFMA, com especialização em produção e desenvolvimento rural, mestrado em desenvolvimento socioeconômico e estou cursando doutorado em políticas públicas. Sou professor universitário atuando na UFMA. Fui três vezes presidente do Corecon-MA e neste período realizamos um encontro regional. Quero me colocar à disposição para contribuir nas diversas atividades. Vi o plano de trabalho e teremos muito trabalho pela frente”.
“Tenho a satisfação de estar aqui participando da primeira plenária com nossa presidenta. No Corecon-RJ, depois de 70 anos, colocamos uma mulher na presidência do Conselho. Isso é muito interessante”, apontou o conselheiro José Antonio Lutterbach Soares. “Fui do movimento sindical, participei ativamente da Constituinte de 1988 nos temas que ajudavam os trabalhadores, e trabalhei por 34 anos no IBGE. Estou aposentado e fui várias vezes presidente do Corecon-RJ e suplente aqui no Cofecon”.
José Luiz Pagnussat foi conselheiro federal entre 1995 e 1997, tendo sido presidente do Cofecon em 1996, e assume neste ano um mandato de conselheiro suplente. “Em 1995 assumi a Comissão de Política Econômica e em 1996 fui presidente. É um prazer voltar depois de 30 anos. Espero colaborar com todos”, afirmou.
Paulo Dantas da Costa foi presidente do Cofecon por quatro mandatos (2014, 2015, 2023 e 2024) e contou sua história no Sistema Cofecon/Corecons. “Fui chamado para ser conselheiro do Corecon-BA representando o Sindicato dos Economistas da Bahia e o Nei Cardim me convidou para ser vice dele. Quando ele deixou a presidência, eu assumi”, recordou Dantas. “Num passo seguinte eu vim para o Cofecon, numa situação em que o Sistema como um todo precisava da força de pessoas que pudessem realizar as transformações necessárias naquela altura. Estou aqui novamente porque fui instado a participar e contribuir com algumas finalidades específicas para o bem do Conselho Federal de Economia e dos economistas brasileiros”.
