Prêmio Brasil de Economia: conheça os trabalhos ganhadores de 2023

Textos premiados versam sobre economia criativa, autonomia do Banco Central, relação entre crescimento e exportações e o debate entre economistas desenvolvimentistas e liberais

O XXX Prêmio Brasil de Economia, principal premiação voltada para a produção de profissionais e estudantes de Ciências Econômicas, tem inscrições abertas até o dia 15 de agosto. Inspire-se nos ganhadores de 2023 e inscreva o seu trabalho! Conheça a seguir os textos premiados na edição anterior.

Monografia de graduação

Ganhador: Davi Constantino de Oliveira (UFJF).

Prêmio: R$ 3 mil.

Trabalho: “Os efeitos da Secretaria da Economia Criativa: Uma Análise para as Mesorregiões Brasileiras” (leia AQUI).

Nos últimos anos, a economia criativa vem ganhando destaque como um setor vital para o desenvolvimento socioeconômico, especialmente por sua capacidade de gerar empregos e reduzir desigualdades sociais. No Brasil, esse potencial foi reconhecido com a criação da Secretaria da Economia Criativa em 2012, que impulsionou iniciativas voltadas ao fortalecimento dessas atividades. A monografia investiga os efeitos da Secretaria sobre os empregos nos setores criativos entre 2010 e 2015, utilizando as mesorregiões brasileiras como referência geográfica. O estudo caracteriza o dinamismo dos empregos criativos em diferentes regiões, revelando tanto vantagens quanto desvantagens comparativas, e demonstrando os impactos positivos das políticas implementadas pela Secretaria.

Artigo temático – O regime de metas de inflação e a autonomia do Banco Central

Ganhadora: Graciele de Fátima Sousa.

Prêmio: R$ 3 mil.

Tema: O regime de metas de inflação e a autonomia do Banco Central (leia AQUI).

O regime de metas de inflação foi implementado no Brasil em 1999. O artigo apresenta as características do processo e a evolução da inflação no período. Por outro lado, a autonomia do Banco Central foi instituída, no Brasil, em 2021. Na literatura econômica, o regime de metas de inflação surgiu como um desdobramento da tese da independência dos Bancos Centrais. O trabalho revisa a literatura teórica e empírica sobre o assunto e aborda a estrutura, finalidade e autonomia do BC. Em 24 anos, a meta de inflação foi descumprida sete vezes – incluindo os dois primeiros anos do estatuto jurídico de autonomia do Banco Central.

Artigo técnico / científico

Ganhadora: Adriane Aparecida Barbosa do Nascimento

Prêmio: R$ 4 mil.

Trabalho: Crescimento liderado pelas exportações ou exportações lideradas pelo crescimento no estado do Mato Grosso? (leia AQUI)

O objetivo do artigo é investigar as hipóteses de crescimento liderado pelas exportações ou de exportações lideradas pelo crescimento no período de 1990 a 2021 em Mato Grosso, utilizando o teste de causalidade de Granger em estruturas bivariadas e multivariadas. Na estrutura multivariada existe uma relação de causalidade que evidencia a prevalência da hipótese de exportações impulsionadas pelo crescimento econômico. Na estrutura bivariada existem evidências de bicausalidade, prevalecendo as duas hipóteses.

Livro de economia

Ganhador: André Nassif

Prêmio: R$ 8 mil.

Trabalho: Desenvolvimento e Estagnação: o debate entre desenvolvimentistas e liberais neoclássicos (leia AQUI).

O autor busca analisar a razão pela qual países como o Brasil, que cresceram de maneira extraordinária após a Segunda Guerra Mundial e estavam alcançando o nível de padrão de vida dos países ricos, terem entrado num processo de estagnação econômica por volta da década de 80. A obra explora duas formas de organização do capitalismo: desenvolvimentista e liberal. Nas palavras do prefaciador Luiz Carlos Bresser-Pereira: “André Nassif discute o novo desenvolvimentismo com grande competência porque ele é um dos mais notáveis economistas desenvolvimentistas brasileiros. Quando, porém, eu o conheci, em 2008, ele acabara de publicar na revista que edito, a Brazilian Journal of Political Economy, um artigo em que negava a tese que eu então estava começando a defender, a partir da teoria que estava desenvolvendo, de que o Brasil estava sofrendo um grave processo de desindustrialização. André, porém, é um economista que pensa com autonomia e clareza. Com o passar do tempo, ele mudou sua opinião sobre a desindustrialização e se tornou um dos economistas que mais tem feito contribuições para o novo-desenvolvimentismo”.