Cidades Inteligentes e Desenvolvimento Local

Artigo de opinião por Lauro Chaves Neto*.

O conceito de Cidades Inteligentes foca na inovação, com o uso de soluções e sistemas interconectados de gestão. Cidades inteligentes usam a tecnologia em serviços, plataformas de comunicação e informação para planejar espaços, detectar problemas e solucioná-los com agilidade.

Esse será o grande diferencial competitivo dos territórios. Sensores podem monitorar o trânsito, coleta de lixo, fornecimento de água e energia, entre outros. Toda essa inteligência será suportada por uma infraestrutura de cabos, fibra ótica, internet e rede de celulares.

O “desenvolvimento local” é o que ocorre em algum território delimitado intencionalmente, sendo, portanto, todo desenvolvimento “Local”, em alguma escala. Assim, o “local” pode ser identificado como aquele território específico.

Cada vez mais o futuro da humanidade está nas cidades, no espaço urbano. A política e a democracia tiveram origem na convivência nesses territórios. É aí que se localizam os centros de decisão político e econômico, a própria geração de riquezas.

Isso só tem crescido à medida que os serviços e a tecnologia aumentam suas participações no PIB.

Mais que concentrar as pessoas, elas as centralizam. Atualmente, segundo a ONU, 55% da população mundial é urbana e tende a chegar a 70% em 2050, no Brasil, mais de 80% dos seus habitantes vivem nas cidades.

As cidades inteligentes potencializam a participação cidadã, a democratização do poder e das decisões, criando mecanismos para a sociedade civil passar a pensar tanto nas soluções das questões presentes, como na construção do futuro com melhor qualidade de vida, menos desigualdade e mais desenvolvimento.

Cada vez mais cidades planejam o seu desenvolvimento com metas de longo prazo, usando o Estatuto das Cidades e tendo figuras de planejamento como o Masterplan, o Plano Diretor e o Plano Plurianual.

Os espaços de moradia, trabalho, educação, saúde, lazer e cultura, entre outros, terão que interagir e evoluir a fim de melhorar a qualidade de vida da população e a sua relação com o meio ambiente, além de promover a inclusão social e a governança democrática.

*Lauro Chaves Neto – Professor da UECE, PHD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, Presidente da Academia Cearense de Economia e Conselheiro Federal de Economia.