Presidente do Cofecon se reúne com a CNBB para discutir redução da desigualdade

DSC06738O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya, reuniu-se nesta quinta-feira, 5 de janeiro, com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner. Durante o encontro, Miragaya apresentou a Campanha pela Redução da Desigualdade Social no Brasil, uma iniciativa do Cofecon que já conta com o apoio de entidades como a Auditoria Cidadã da Dívida e o Comitê de Oxford para o Auxílio contra a Fome (Oxfam). A reunião ocorreu na sede da CNBB em Brasília.

Dom Leonardo afirmou que a CNBB se preocupa com o assunto e que os eixos centrais da Campanha apresentada por Miragaya são vitais e que estão alinhados com o que têm sido discutido na instituição. “Organizamos grupos de reflexão em diversos âmbitos para debatermos as principais questões do Brasil. Infelizmente, não estamos vendo saída porque não há diálogo entre governo e sociedade”, comentou. O bispo afirmou ter interesse em participar das próximas reuniões com as entidades que apoiam a Campanha, sendo a primeira delas prevista para o fim deste mês.

Sobre a Campanha Nacional pela Redução da Desigualdade no Brasil

A campanha está estruturada em cinco eixos, sendo o primeiro deles uma proposta de reforma tributária que reduza os impostos sobre a produção e consumo (que hoje representam 72% do total arrecadado) e aumente a tributação sobre a renda e a riqueza. “Tributar a produção e o consumo é jogar contra estas atividades e o crescimento da economia”, comentou o presidente.

O segundo eixo tem a ver com a preservação e ampliação dos direitos sociais, com fortalecimento de serviços públicos e da previdência social. O terceiro trata de políticas públicas de valorização do trabalho. “No ano passado, criticamos o governo Dilma por restringir o acesso ao seguro-desemprego no momento em que o desemprego estava crescendo”, lembrou Miragaya.

O quarto eixo defende a educação, aumentando a escolaridade do brasileiro e a qualificação para o trabalho. E o quinto eixo diz respeito à destinação do orçamento público para atender prioritariamente as demandas sociais, eliminando isenções e desonerações fiscais, subsídios e gastos com juros da dívida pública.