Artigo de opinião: O economista e a educação financeira
Artigo por Lauro Chaves Neto*, originalmente publicado no jornal O Povo
Uma das regras básicas da Economia é que sempre haverá recursos escassos para necessidades ilimitadas, ou seja, que sempre existirá um orçamento limitado frente às demandas ilimitadas de consumo, poupança e investimentos.
Essa regra é universal e vale para pessoas físicas, famílias, empresas e governos indistintamente.
Empresas que não fazem a correta gestão do seu fluxo de caixa e do seu orçamento, comumente geram um endividamento crescente, falta de capital de giro e redução das margens de lucro.
Governos que seguidamente desafiam essa lógica provocam recessão e inflação, ou a falência nos serviços públicos e a incapacidade de atender a sociedade.
Já os indivíduos e as famílias que agem no sentido oposto ao da razão econômica, mantendo um padrão de vida acima das suas receitas, não procurando flexibilizar o seu orçamento de acordo com a variação dos seus rendimentos ou não buscando cortar drasticamente as despesas em situações de desemprego, verão o seu endividamento crescer e terão de usar as suas reservas ou vender o seu patrimônio, quando esses existem o que não é a situação da maior parte dos brasileiros, para cobrir o déficit.
Neste contexto, cabe ao economista exercer um papel preponderante na educação financeira das famílias, das empresas e dos governos, desde o planejamento até a execução e a avaliação do Fluxo de Caixa e do Orçamento, sempre usando controles como uma planilha, um app ou algum software.
A educação financeira deve ter início na educação dos filhos em casa, nas escolas e nas organizações em todas as suas áreas. Desse modo, consolidar-se-á como um dos principais eixos para o sucesso do empreendedorismo.
O Conselho Regional de Economia vem atuando fortemente na educação financeira, valendo-se de cartilhas, palestras e debates, como uma das vertentes de contribuição para a sociedade.
Mais do que planilhas ou softwares, a educação financeira depende de muita disciplina e determinação para o equilíbrio e a razão econômica, quer seja para investimentos em tempos de bonança, quer seja para cortes e ajustes em situações de crise.
*Lauro Chaves Neto – Professor da UECE, Presidente da Academia Cearense de Economia e Assessor Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Ceará