Conselheiro do Cofecon alerta para os custos do uso de usinas térmicas no Brasil
O conselheiro federal Fernando de Aquino Fonseca Neto, coordenador da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Cofecon), concedeu uma entrevista ao Jornal Toda Manhã, no dia 17 de novembro, sobre os impactos do uso de usinas térmicas para gerar energia elétrica no Brasil. Segundo ele, essa medida é uma solução de curto prazo que traz custos maiores para a sociedade, tanto na conta de luz, que fica mais cara, quanto no meio ambiente, que sofre mais com a emissão de gases poluentes.
“A ligação de usinas térmicas é pelo maior consumo de energia elétrica, sobretudo para ar-condicionado, que é um item que, de fato, consome muito, causando maior uso de energia elétrica pelas famílias e até pelas empresas e contas de energia elétrica maiores”, explicou Aquino. “Isso faz com que seja necessária a produção de energia termoelétrica, que é uma energia que tem custo de produção maior, em geral é mais poluente, mas no curto prazo é o que temos disponível para gerar um adicional de energia elétrica para o consumo aumentado pelo calor”.
O Brasil está passando por uma forte onda de calor causada pelo fenômeno El Niño, que muda o padrão climático e eleva as temperaturas em várias regiões. Com isso, cresce a necessidade de usar aparelhos de refrigeração, como ar-condicionado e ventilador, nas residências e nos ambientes de trabalho. Essa situação leva a um maior consumo de energia elétrica, que bateu um recorde histórico no dia 16 de novembro, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS).
Para garantir o fornecimento de energia, o governo federal acionou as usinas térmicas, mais caras e poluentes do que as hidrelétricas, que dependem do nível dos reservatórios. O ministério de Minas e Energia afirma que não há risco de racionamento ou apagão, mas alerta para o uso consciente da energia pelos consumidores.