Alerta de golpe envolvendo nome do Sistema Cofecon/Corecons

Bandidos se oferecem para obter documentos a fim de liberar falso empréstimo. Conheça as características do golpe e saiba como evitar.

Um novo tipo de golpe financeiro, cada vez mais sofisticado, vem causando muita preocupação aos dirigentes do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Economia. Os delinquentes contam uma história na qual, para assegurar mais credibilidade, utilizam os nomes das instituições – e, em alguns casos, até mesmo a imagem de uma carteira profissional falsa. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Economia vêm trabalhando em conjunto para difundir esta informação, de modo que a sociedade tenha o conhecimento de que se trata de fraude.

Eles entram em contato por meio de aplicativos de mensagens, como o Whatsapp, passando-se por representantes de instituições bancárias e oferecendo empréstimos a taxas de juros baixas. Para ter acesso, seria necessário obter um documento – e sempre existe alguma suposta exigência burocrática a mais que deve ser preenchida.

Características do golpe

Para que o golpe funcione, é preciso que a vítima seja seduzida pela proposta (neste caso, um financiamento a juros baixos) e seja enganada pela necessidade de um documento que não consiga obter pelos seus próprios meios. Os bandidos, então, se oferecem para ajudar as vítimas a obter documentos que satisfaçam esta exigência – e, neste momento, usam o nome do Sistema, dizendo que o documento seria emitido “por um economista autorizado pelo Conselho Federal de Economia”. Cobram um valor por este serviço, mentindo que é para pagar taxas do próprio Conselho. O golpe se concretiza quando a vítima transfere este valor aos golpistas.

As formas para enganar são várias. Podem pedir documentos com nomes que não existem (como certificado de viabilidade econômica) ou que existem, mas possuem uma finalidade diferente (como “Business Valuation”).

Por mais que a vítima diga que possui o tal documento, sempre haverá uma exigência a mais. Em um caso relatado no Ceará, a vítima apresentou um Business Valuation com carimbo do Regional, mas os golpistas afirmaram que ele precisava ser registrado no Conselho Federal de Economia. Foi então que a pessoa desconfiou, entrou em contato com o Corecon-CE e soube que se tratava de uma fraude.

Em outros casos, os Corecons tomam conhecimento das fraudes quando algum interessado procura a autarquia para que esta indique um economista que realize determinado serviço – normalmente, a emissão do documento (existente ou não) que os golpistas colocam como exigência burocrática para vender falsas facilidades.

Em caso de dúvida com relação ao registro de economistas, a recomendação é o contato direto com o Conselho Regional de Economia do respectivo estado, que é o órgão fiscalizador e responsável pela proteção da sociedade em temas relacionados ao exercício da profissão de economista. Já o Conselho Federal de Economia pode ser acionado pelo e-mail [email protected].

Recomendações

As recomendações são semelhantes às que se aplicam a outras tentativas de golpes – que geralmente são praticados via SMS, aplicativos de mensagens, e-mail, redes sociais ou chamadas de voz.

DESCONFIE de qualquer oferta de algo que você não solicitou (neste caso, um crédito) – ainda mais quando se trata de condições muito mais favoráveis do que o mercado costuma ofertar. Como diz o ditado popular, “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Bancos sempre possuem uma série de cuidados antes de oferecer crédito a quem quer que seja, observando a renda da pessoa, as garantias e o histórico de restrições para fazer uma análise de risco, e pedem comprovação de renda e de endereço.

Sempre que possível, VERIFIQUE a informação junto a algum número de telefone do banco – que pode ser encontrado, quase sempre, no próprio site da instituição financeira – e nos Conselhos de fiscalização profissional. Caso os golpistas tenham utilizado uma chamada telefônica para entrar em contato, espere algum tempo antes de ligar para o banco ou para o Corecon.

NUNCA forneça dados pessoais (nome, números de documentos, endereço, entre outros) em resposta a qualquer tipo de anúncio. Bancos somente solicitam dados pessoais quando a chamada parte do cliente.

OBSERVE cuidadosamente a ortografia e a gramática. Muitas tentativas de golpes podem ser descobertas porque os textos possuem erros grosseiros. E, finalmente, desconfie da conjuntura. Com a Selic a 13,75% ao ano, qual é o banco que oferecerá um empréstimo a uma taxa de 0,75% ao mês?