Elevada taxa de juros produz efeitos recessivos, diz Piscitelli
Empréstimos e financiamentos mais caros e aumento da dívida pública são alguns dos efeitos causados pela disparada dos juros. O economista e membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon Roberto Piscitelli falou ao portal R7 e explicou que a elevação limita a procura por serviços, segmento responsável por 70% de toda a produção nacional e que segura o desempenho positivo da economia.
“A elevação da taxa de juros já está produzindo seus efeitos recessivos. O período prolongado de sua aplicação desestimula investimentos, restringe o consumo e sangra as finanças públicas”, afirmou Piscitelli.
Os primeiros efeitos da alta taxa dos juros foram ressaltados pelo Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Apesar do crescimento de 0,4% na comparação com os três últimos meses, o resultado corresponde a uma perda de ritmo comparado aos períodos anteriores.
Selic no maior nível em 5 anos
O movimento que levou a taxa básica de juros ao maior patamar desde 2017, na tentativa de conter o avanço da inflação, motiva os primeiros sinais de desaceleração da economia brasileira. Essa alta também deve dificultar o crescimento do PIB.
Desde março do ano passado, a taxa Selic saltou 11,75 pontos percentuais e permanece estacionada em 13,75% ao ano desde agosto. Nessa quarta-feira (7), ao manter o atual patamar da Selic, o Banco Central destacou que “não hesitará em retomar o ciclo de aumento de juros, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento de 1,6% para 2023 e cita o alto nível dos juros como uma barreira para a evolução da economia. Segundo a entidade, o comércio é o segmento mais afetado pela alta dos juros.
De acordo com a CNI, o volume de vendas dos produtos sensíveis ao crédito, como eletrodomésticos e automóveis, caiu desde março. Por outro lado, a compra de itens sensíveis à renda apresenta estabilidade.
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