Descomplicando a Economia: Inadimplência versus endividamento
A economia é comumente considerada um assunto complexo, de difícil acesso e que inclui um jargão próprio, o “economês”. Pensando nisso, o Cofecon lança o projeto “Descomplicando a Economia”, que tem como objetivo tornar os conceitos econômicos mais acessíveis ao público em geral.
Por meio de publicações semanais nos sites e nas redes sociais do sistema Cofecon/Corecons, em formato de quadrinhos, Dona Elda, Guilherme, Manoel e Isabela – nossos personagens – irão conversar e explicar temas que fazem parte do dia a dia econômico de toda população.
Confira abaixo o sétimo episódio do projeto:
Quando compramos uma casa, um carro ou mesmo uma TV a prazo, assumimos o que chamamos de dívida. É um compromisso futuro de pagamento por algo que não tivemos recursos ou não quisemos pagar à vista. Se em algum momento ao longo deste parcelamento os valores não são pagos, nos tornamos inadimplentes.
Quando uma economia não vai bem, um dos sinais mais claros é o aumento do número de inadimplentes. Fatores como desemprego permanente e inflação elevada podem provocar a incapacidade de pagamento das dívidas futuras. Neste caso, a inadimplência pode não ser por decisão pessoal, mas por incapacidade de pagamento gerada por uma política econômica inadequada.
No mundo, a maioria das pessoas e empresas estão endividadas, e em nosso país não é diferente: 79% das famílias possuem dívidas. No Brasil, entretanto, os juros são muito altos. Em setembro de 2022 a taxa básica de juros era de 13,75% ao ano – contra 1,25% na zona de euro, 2,25% no Reino Unido, 3,25% nos Estados Unidos e Canadá e 4,35% na China.
O crédito ao consumidor é mais caro – e, no Brasil, muitíssimo mais. Aqui a média dos juros mensais do cartão de crédito supera a casa de 10%, enquanto nos Estados Unidos não vai além de 1,5% (embora tenha outras taxas). Na França, o juro anual ronda os 14% e na Espanha uma lei de 2011 proíbe que os juros do cheque especial ultrapassem 2,5 vezes o nível da taxa de juros legal, estabelecida anualmente na lei orçamentária – em 2019, este limite foi de 7,5% ao ano. Então, tenha muito cuidado com o uso destes instrumentos financeiros!