“Para que a roda da economia gire, é preciso rever toda a política econômica”
Após vencer o segundo turno da eleição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “a roda da economia vai voltar a girar”. Novos instrumentos macroeconômicos para combater a inflação e uma visão progressista são algumas das atitudes práticas que devem ser tomadas pelo próximo governo para destravar a economia, na visão da conselheira federal Ana Claudia Arruda. A economista falou em entrevista à rádio CBN Recife sobre o assunto.
Segundo Ana Claudia, é preciso rever toda a política econômica com uma visão progressista e desenvolvimentista que ouse mais do ponto de vista da utilização dos instrumentos macroeconômicos. “Hoje nós temos instrumentos que não estão nos levando a destravar a economia. Por exemplo, você combater a inflação com elevação de taxas de juros é uma forma de você acabar com a estrutura econômica”, exemplifica. “É preciso encontrar um processo convergente do que seria essa taxa de juros ideal para que a gente possa reconstruir todo o tecido produtivo que vem sendo desgastado dentro da economia brasileira, tem afastado investidores e destruído empregos.”
Ana Claudia pondera que o discurso proferido por Lula era o que todos estavam esperando: “um discurso de conciliação para o país apontando para um futuro de desenvolvimento que é necessário”. Contudo, a conselheira ressalta que o cenário é “bastante desafiador”. Ela elenca algumas barreiras econômicas que o presidente eleito terá e são necessárias para o desenvolvimento econômico do país: emprego de qualidade, retomada das exportações, incremento das importações, retomada do ambiente de negócios e combate à fome.
Auxilio Brasil, salário mínimo e gasolina no novo governo
Três das temáticas mais discutidas e cobradas para o próximo governo são o Auxílio Brasil, o reajuste do salário mínimo e a redução no preço da gasolina. Para Ana Claudia, será necessário reconstruir um arcabouço fiscal. “O desafio hoje é criar um novo arcabouço fiscal para manter uma política social compatível com a economia brasileira”, analisa.
Segundo a conselheira, com o ajuste fiscal atual os investimentos em infraestrutura, saúde e educação, “tão necessários para o crescimento da economia, porque eles alimentam a roda da economia”, têm sido sacrificados. Ana Claudia relembra que Lula também terá um desafio com o Congresso Nacional eleito e será preciso muita negociação. “Ele vai construir esse caminho porque o que nós precisamos é dar continuidade ao crescimento da economia brasileira”, conclui.
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