Novos rumos para o ensino de Economia em tempos de crises
Por Paulo Sérgio Fracalanza
Alguns jovens, os bastante afortunados, têm frente a si a difícil tarefa de escolher o curso superior que gostariam de seguir. Por que afinal, entre tantas opções mais vistosas, alguém, em sã consciência, escolheria o curso de Economia?
Como bem dizia Bernard Maris, “que a Economia seja muito complicada parece uma prova de seriedade”. Escondendo-se atrás de jargões, praticando muitas vezes em público a arte das contendas sem tréguas e sem
civilidade, os resultados da profissão parecem pífios: imensa redundância do trabalho vivo, desigualdades crescentes, pobreza e fome em meio à abundância e ausência de respostas para os flagelos que nos abatem. Não poderíamos
fazer melhor?
Ora, é inegável que vivemos tempos de uma grande crise civilizacional. No lugar dos sonhos de progresso que embalaram o século XX, vivemos tempos de desesperança. As crises são todas gêmeas, nos dizem, e galopam em legião: crise da democracia, crise ambiental, crise sanitária, crise econômica, crise social, crise migratória, crise do trabalho. O que o economista, oráculo de nossos tempos, tem a nos dizer? Há algo que possa ser feito? Como transformar esse mundo? Mais, em que direção há que transformá-lo?
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