Lacerda fala ao podcast Entre Celsos e Marias

O presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda, foi o economista convidado para participar da edição número 45 do podcast Entre Celsos e Marias, editado pelo Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ).

Lacerda falou sobre as atividades que o Cofecon desenvolverá em 2022, com destaque para o projeto Economia em Debate, e analisou o cenário econômico do Brasil passando por aspectos como relação dívida/PIB, investimentos, teto de gastos, industrialização/desindustrialização, privatizações e desnacionalização.

Algumas das opiniões apresentadas pelo presidente do Cofecon no podcast foram:

Participação no debate econômico: “Nosso papel, como entidades representativas dos economistas, além das nossas funções precípuas de registro, regulamentação e fiscalização da profissão, é também a contribuição para o debate dos grandes temas nacionais”.

Investimentos: “A solução estaria em incrementar tanto o investimento público quanto o investimento privado. Mas o investimento público tem seu papel importante pelo efeito multiplicador e pelo efeito demonstração”.

Relação dívida/PIB: “O problema maior da dívida/PIB é que hoje temos a autonomia do Banco Central. Como ele atuou nos últimos anos? Ele próprio criou um terrorismo fiscal para justificar a elevação brusca da taxa de juros (…) a fixação de uma meta para a dívida pública, na prática, inviabilizará o Estado de fazer política econômica”.

Industrialização: “Alguém já argumentou em algum momento, de forma equivocada, que há precedentes na história de países que atingiram certo grau de desenvolvimento sem indústria. Mas que países são esses? Basicamente países pequenos proporcionalmente em relação ao Brasil: Chile, Nova Zelândia, Austrália, que têm menos de 10% da população brasileira. Não há precedente de países do nosso porte que conseguissem se desenvolver sem uma indústria forte”.

Desnacionalização: “A desnacionalização combinada com a desestatização leva à desindustrialização. São os três ‘D’ que levam a uma desarticulação muito grande e que nos colocam na situação que estamos vivendo hoje”.

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