“Somos lamentavelmente o fruto do nosso passado. Ainda somos governados pela casa grande” – Roberto Amaral

4 de novembro de 2021
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Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, participou do debate “A Bolsa ou a Vida: estratégias para o Brasil no pós-pandemia”. A discussão foi baseada nas reflexões do filme homônimo, do diretor Silvio Tendler, e do livro “Celso Furtado, 100 anos: pensamento e ação”, organizado pelo presidente do Cofecon, Antonio Corrêa de Lacerda.

Amaral fez um retrospecto histórico para sustentar que o Brasil se edificou sobre uma estrutura escravagista e que o domínio oligárquico permanece até hoje se traduzindo em diversas mazelas sociais que o país ainda não superou.

“Somos lamentavelmente o fruto do nosso passado. Temos que retomar a formação do Brasil”, argumentou Amaral. “Ainda somos governados pela casa grande. O que aconteceu em 2018, nas eleições, se explica no escravismo colonial, no senhor de engenho, no mandonismo, no extrativismo e na sociedade agroexportadora que éramos no século XVI e somos até hoje”, refletiu Amaral.

O ex-ministro fez críticas às reformas que vêm sendo aplicadas e discutidas pela gestão Bolsonaro, que, na visão do especialista, privilegiam uma casta da sociedade e não contemplam os interesses do povo brasileiro. “Fazem tudo nesse governo e não dá nada, mexem na Previdência, mexem nos direitos dos trabalhadores, privatizam tudo, mas não se faz uma verdadeira reforma tributária”, afirma. Amaral também enfatizou que a mudança dessa realidade repleta de mazelas que obstruem o caminho do desenvolvimento não se resume a vencer as eleições. “É preciso enfrentar os verdadeiros debates e ter coragem de aplicar uma agenda capaz de efetivamente transformar o nosso país”, concluiu.

Um dos papeis essenciais do Cofecon é promover o amplo e sadio debate econômico, sendo referência como entidade profissional que contribui de forma decisiva para o desenvolvimento econômico com justiça social.

O debate pode ser assistido no vídeo abaixo: