Indicadas ao prêmio Mulher Transformadora compartilham suas histórias
O que Bia Kern, Joice Marques e Maria Aparecida Rodrigues de Miranda têm em comum? À sua maneira, cada uma delas dá a sua contribuição para construir um mundo melhor. E por isso foram indicadas para concorrer ao prêmio Mulher Transformadora 2021. As três participarão de uma live no dia 03 de novembro, às 17 horas, transmitida pelo canal do Cofecon no YouTube e mediada pela conselheira federal Mônica Beraldo. Acesse o link e crie um alerta para o evento: https://youtu.be/4qzWass8rBQ
O Prêmio Mulher Transformadora foi criado pelo Conselho Federal de Economia em 2020, por iniciativa da Comissão Mulher Economista em reconhecer outras mulheres que, ao empreenderem em suas comunidades, passam a ser importantes agentes de transformação, com responsabilidades econômica e social e incentivos à economia solidária. Mônica Beraldo, que também é a coordenadora da Comissão Mulher Economista, enfatiza a importância das convidadas para a construção de uma sociedade mais inclusiva. “Sem dúvidas, são mulheres inspiradoras, com projetos de grande impacto para os mais vulneráveis. Para nós, do Cofecon, é um grande orgulho compartilhar com todos e todas as histórias transformadoras de cada uma delas”, afirma.
Além delas, outras quatro mulheres concorrem ao prêmio: Maria Casé, Neli Medeiros, Nelsa Nespol e Nisia Trindade. A live com elas está programada para o dia 08 de novembro, às 17h, com a apresentação da vice-presidente do Cofecon, Denise Kassama, e com a mediação de Anderson Oriente.
Bia Kern
Bia Kern é a fundadora da ONG Mulher em Construção, que capacita mulheres para trabalhar na construção civil. Desde a fundação, já transformou a vida de mais de 5 mil mulheres. A primeira motivação para se especializar na área de Construção foram os maus serviços prestados a ela por homens em consertos domésticos. Em 2006, Bia entrou na loja em Canoas/RS disposta a pensar em formas de qualificar mulheres para a construção civil. Quando organizou o curso piloto de pintura predial, havia 300 inscritas para 25 vagas. E o primeiro curso, ministrado por engenheiros da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) para formar pedreiras azulejistas, teve 300 candidatas e 219 formandas – boa parte das “desistências” foram de mulheres que conseguiram emprego ao longo do curso.
Bia Kern foi finalista do Prêmio Claudia em 2012, é membro da Clinton Global Initiative e também selecionada como Fellow da Womanity Foundation, que identifica e apoia empreendedores sociais que contribuem para o progresso de mulheres e das comunidades, melhorando sua capacidade, alcance e impacto.
Joice Marques
Joice Marques é nascida no Piauí. Aos 9 anos se mudou para o Distrito Federal, tendo vivido em algumas regiões administrativas, mas há três anos decidiu mudar-se para a Ceilândia. Participou da realização do II Encontro Distrital de Mulheres Negras do DF e Região e Integrou a construção do Encontro Nacional de Mulheres Negras + 30 Anos: Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. Joice também mantém um Projeto de Letramento (alfabetização) de mulheres da comunidade e Oficinas de Empreendedorismo em modalidades artesanais.
Ela é uma das fundadoras e presidenta da Casa Akotirene, que se define como um quilombo urbano, que tem como premissa de conceituação um local de resistência preta, feminina e LGBTQI. Ali são recebidas pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de capacitações e espaços de conversa. Ali são tratados temas contra o racismo, machismo, LGBTQIfobias e todas as formas de opressão que sofrem os grupos em vulnerabilidade. A casa também promove campanhas de arrecadação de alimentos.
Maria Aparecida Rodrigues de Miranda
Maria Aparecida Rodrigues de Miranda, a Cida de Unaí, é natural de Bonfinópolis. Sua atuação sindical se iniciou no noroeste mineiro, com a criação de um sindicato de trabalhadores rurais em Unaí, idealizado para ser um braço de resistência dos trabalhadores rurais por seus direitos e pela reforma agrária. Por ser mulher e jovem, várias vezes foi aconselhada a assumir um cargo de secretaria no sindicato, sob o argumento de que as pessoas não a respeitariam se estivesse na presidência. No sindicato foi feito um trabalho para mapear quem eram estes trabalhadores e suas condições de trabalho, e descobriu-se que em muitos casos, o trabalhador tinha o pai e o avô nascidos numa fazenda e o sindicato lutou pelo direito de eles permanecerem ali. Em sua atuação sindical, Cida chegou a ser processada por negar-se a fazer um acordo que resultaria na expulsão de várias famílias de uma comunidade.
Lutando por melhores condições de trabalho, aos 23 anos perdeu o pai, assassinado por um fazendeiro, e ela própria recebeu diversas ameaças de morte, o que a levou a passar um período exilada em Cuba e depois no Rio Grande do Sul. Sua mãe também sofreu um atentado, tendo atendimento hospitalar negado em Unaí. Em depoimento à Comissão da Verdade de Minas Gerais, em 2017, Cida afirmou que hoje não há o mesmo quadro de abandono e miséria que havia nos anos 80. “Há um protagonismo destas pessoas, uma vida digna para os trabalhadores”.
Serviço:
Live: Indicadas ao prêmio Mulher Transformadora compartilham suas histórias
Data: 3 de novembro, às 17h