Cofecon participou da III Reunião do Fórum Permanente “O Ensino Superior na visão dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas”
O Fórum Permanente “O Ensino Superior na Visão dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas” reuniu-se nesta sexta-feira, 29 de junho, no Salão Nobre do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOBA), em Brasília. O vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), Eloy Corazza, representou o presidente do Cofecon, Wellington Leonardo da Silva.
Representantes dos conselhos relataram as principais questões que os preocupam em relação à formação e à atuação profissional. Entre os assuntos discutidos no encontro, que foi o terceiro desde a criação do Fórum, estão: estratégias para aperfeiçoamento das profissões por meio do ensino ofertado na graduação; criação de campanha de valorização da educação superior e do profissional; e criação de um canal de comunicação entre os conselhos para troca de informações sobre irregularidades.
O presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), Marisvaldo Cortez Amado, coordenou a reunião e relatou sua preocupação com a qualidade da formação profissional. “A faculdade ‘vende’ o diploma e não está preocupada com a qualidade do ensino nem com as consequências disso para a sociedade. Precisamos buscar juntos uma solução para minimizar a precarização do ensino superior”, afirmou Marisvaldo. Segundo o advogado, parte dos cursos à distância são ofertados por grandes grupos educacionais do Brasil que estão focados no lucro de seus empreendimentos.
Para Eloy Corazza, o problema não está na educação à distância em si, mas sim a sua precarização e a deficiência na formação de novos profissionais. “O Sistema Cofecon/Corecons também se preocupa com essas questões. Em primeiro lugar, a qualificação, pois ainda não temos exame de proficiência para economistas; o segundo aspecto é que verificamos um grande crescimento de cursos EAD; e, para finalizar, a profissão de economista é abrangente, então temos dificuldade de estabelecer procedimentos operacionais para verificarmos a qualidade profissional”, disse Corazza.
Dorisdaia Humerez, conselheira federal e representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), afirmou que a autarquia pretende instituir um exame de proficiência para futuros profissionais, por meio do projeto de lei nº 4930/2016. “Os processos éticos têm aumentado consideravelmente. Em 2016 foram 8 cassações de registro, que acontecem em casos de morte do paciente. Em 2017 foram 23. Não temos como afirmar que foram ocasionadas por erros de profissionais formados à distância, mas precisamos fazer algo a respeito e decidimos pelo exame de proficiência. Os erros estão muito presentes e, no caso da área de saúde, matam. As denúncias que chegam até o conselho nos assustam muito”, comentou Dorisdaia. Segundo a representante do Conselho Federal de Contabilidade, os profissionais formados na área realizam exame desde 2010, considerando que o curso é oferecido 100% à distância.
O presidente do Conselho de Medicina Veterinária, Francisco Cavalcanti de Almeida, destacou ser preciso que os conselhos adotem uma postura política em relação à proliferação de cursos à distância. “É preciso trazer a sociedade para o nosso lado e mostrar que a formação de pessoas não qualificadas é muito preocupante para o país”, sugeriu.