Irmã Lourdes Dill, laureada com o Prêmio Mulher Transformadora do Cofecon, é destaque em matéria do Estadão

Mulher que empreende em sua comunidade, é agente de transformação e incentiva a economia solidária. Essa é a definição da Irmã Lourdes Dill. Aos 71 anos, dedicou 35 deles à formação de agricultores familiares no meio rural gaúcho. Em 2020, o Conselho Federal de Economia (Cofecon) reconheceu o trabalho da religiosa e a condecorou com o prêmio Mulher Transformadora

O trabalho da Irmã Lourdes também fez a religiosa levar o Troféu Mulher Cidadã, em 2014, e o prêmio Mietta Santiago, da Câmara dos Deputados, em 2018.

Lourdes é ex-coordenadora do Projeto Esperança, que permite a compra de alimentos diretamente de produtores rurais, promove inclusão e aproxima produtores e consumidores. Ela ajudou “desde o primeiro suspiro” na criação do projeto.

Natural de São Paulo das Missões (RS), Lourdes é filha de agricultores de origem cristã. Ela é formada em Economia Doméstica de Extensão Urbana e Rural e fez especialização em Movimentos Sociais, Organização Popular e Democracia Participativa. A principal atividade do projeto era organizar grupos no meio urbano e rural, fazer formações e visitar as comunidades de agricultura familiar. Para Lourdes, era como uma “assistência técnica rural.”

Atualmente, o Projeto Esperança beneficia cerca de 300 grupos em 34 municípios da região de Santa Maria, dentre eles agricultores familiares, artesãos, catadores, indígenas, pessoas em situação de rua e movimentos sociais.

Outras ramificações

Uma iniciativa ligada ao projeto é o Feirão Colonial Semanal, que existe há 30 anos. Aos sábados, há a comercialização de alimentos e outros produtos agrícolas entre agricultores, artesãos e compradores. Semanalmente, cerca de 140 grupos familiares vendem seus produtos em Santa Maria.

Uma das ramificações do Projeto Esperança também é a Feira Internacional de Cooperativismo e Economia Solidária (Feicoop). A Feicoop promove conferências, seminários, oficinas, atividades artísticas e trocas relacionadas à economia solidária entre representantes de diferentes países. Em 2019, a feira atraiu um público aproximado de 300 mil pessoas. Em 2021, reuniu 500 expositores.

Planos futuros

Em abril, Irmã Lourdes foi transferida para o Maranhão, onde pretende continuar o trabalho de incentivo à economia solidária. O principal objetivo dela é criar um modelo de economia para fortalecer a vida.

Com informações do Estadão.