No último dia 16 de junho,  o Conselho Federal de Economia fez uma live especial com o tema “Fome: riscos e perspectivas para garantia da segurança alimentar” . O evento teve a apresentação da vice-presidente do Cofecon, Denise Kassama e a mediação foi feita pelo conselheiro Carlos Eduardo Soares de Oliveira Junior. A live é uma realização do Grupo de Trabalho Responsabilidade Social e Economia Solidária.

Dessa vez os convidados para o evento virtual foram as economistas Gabriela Mendes Chaves, fundadora da NoFront – Empoderamento Financeiro; Andrea Santos Baca, pesquisadora e docente na área de economia política internacional do sistema agroalimentar; e o representante adjunto da FAO Brasil, Gustavo Chianca. Você pode ver acessar a live através do canal do YouTube do Cofecon pelo link: https://youtu.be/wJ_8EQjLkRk.

A insegurança alimentar, que é a ausência de garantias de ingestão de calorias suficientes para levar a cabo uma vida ativa, saudável e normal, é uma realidade no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que no biênio 2017-2018, a privação severa de alimentos esteve presente no lar de 10,3 milhões de pessoas, sendo que mais da metade dos domicílios em tal situação era chefiado por mulheres. Além disso, 36,7% dos lares brasileiros lidaram com algum grau de insegurança alimentar, atingindo 84,9 milhões de pessoas. Com a pandemia, a tendência é que o quadro se agrave ainda mais.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, antes da pandemia, 7,4% da população da América Latina e do Caribe se encontrava nesta situação. Com a crise sanitária, esta cifra alcançará os 10% em 2030. Antes do coronavírus, uma em cada quatro pessoas vivia em situação de pobreza extrema. Depois da covid-19, serão uma em cada três.

Sobre os convidados

Gabriela Chaves é a fundadora e diretora executiva da NoFront. Antes de iniciar sua jornada com a plataforma, trabalhou na Bolsa de Valores como analista de produtos. É economista formada pela PUC-SP e mestre em Economia Política Mundial pela Universidade Federal do ABC. Também é pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Americanos nas áreas de gênero, raça e trabalho. Em 2020, pela Editora Senac São Paulo, lançou o livro “Economia do Setor Público”.

Andrea Santos Baca é graduada em Economia pela Universidade Nacional Autônoma do México, mestre pela Faculdade Latinoamericana em Ciências Sociais, onde continuou suas pesquisas na área de agricultura e desenvolvimento econômico. Investigou a crise alimentar sob a ótica da Crítica da Economia Política em doutorado em Economia na Universidade Federal Fluminense. Em 2017, ingressou na Universidade Federal do ABC como professora na área de Economia Política Internacional do sistema agroalimentar. Atualmente desenvolve pesquisas sobre o sistema agroalimentar e participando de diferentes redes de pesquisa.

Gustavo Chianca é graduado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e mestre em Estudos Latino-Americanos pelo Institut des Hautes Etudes de l’Amérique Latine – Université de La Sorbonne Paris III. Iniciou a carreira em 1988, como diretor técnico do Instituto de Desenvolvimento e Ação Comunitária e trabalhou no Instituto Nacional de Assentamentos e Reforma Agrária. Na França trabalhou com o Comitê Católico de Combate à Fome e no Fomento ao Desenvolvimento e Solagral – Solidariedade Alimentar e Agropecuária. No Brasil, foi diretor-presidente da Pesagro-Rio, Instituição Estadual de Pesquisa Agropecuária, e diretor executivo da Empresa Brasileira de Agricultura e Pecuária. Ingressou na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura em 2008 como representante adjunto da FAO no Brasil.

Sobre a NoFront

Desde 2018 no mercado e com mais de 4.500 pessoas formadas pela plataforma, a NoFront surgiu com a missão de promover o empoderamento econômico da população negra e periférica através da educação e planejamento financeiro. Através de cursos, consultorias, palestras e workshops especializados, além de podcast e um canal no YouTube, o grupo aponta um caminho de superação das dificuldades que grande parte dos brasileiros enfrentam para equilibrar o seu orçamento e amortizar os efeitos da desigualdade histórica vivida no país.

Entre a série de assuntos abordados pela iniciativa, questões relacionadas aos padrões de consumo, técnicas de negociação e quitação de dívidas, novas abordagens de relação com o dinheiro, mecanismos de investimento e perspectivas para o futuro. Todos esses pontos e muitos outros são analisados por meio da música, mais especificamente do rap, privilegiando – nessa primeira temporada do projeto – a discografia dos Racionais MC’s.

O método de ensino, completamente inédito, foi desenvolvido para aproximar e facilitar a linguagem dos profissionais envolvidos e o público que destinam atingir. Buscando inovar e ampliar ainda mais o acesso à educação, a NoFront derrubou as barreiras geográficas disponibilizando seu curso, juntamente com seu método exclusivo de ensino da educação financeira, em uma plataforma totalmente digital.

Sobre a FAO

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura está presente no Brasil desde 1949, apenas quatro anos após a criação da Organização. Durante esse período o país passou por grandes transformações sociais e políticas, aprofundadas nos últimos anos, que tornaram o Brasil um exemplo de sucesso no combate à fome e à miséria. É inegável a contribuição da FAO para o sucesso brasileiro.

Desde 1973, o escritório de representação no Brasil está localizado na capital federal, Brasília, dentro do campus do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão ligado ao Ministério da Agricultura. Cerca de 30 pessoas compõem a equipe da FAO, a qual está organizada em gabinete do representante, unidade de programas e unidade de administração.